Figueira de Castelo Rodrigo impulsiona comércio e produtores locais

Em Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, 35 estabelecimentos comerciais aderiram à campanha do município para promover o comércio local no período de Natal, este ano reforçada com uma plataforma digital.

A iniciativa “FigueiraNatal é no Comércio Local” arrancou na sexta-feira e prolonga-se até ao dia 06 de janeiro de 2021, contando com a plataforma “beiranossa.pt” para estimular as empresas e os estabelecimentos a aderirem ao comércio digital.

“Esta é uma forma de o município, em parceria com o NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda, apoiar o comércio local e a restauração, no sentido de eles tentarem incrementar as suas vendas e o seu negócio”, sublinhou à agência Lusa o presidente da autarquia, Paulo Langrouva.

Salientando os tempos de incerteza que se vivem por causa da pandemia da covid-19, o autarca frisou que o enfoque da Câmara “passa também pelo comércio digital, através da plataforma de vendas ‘beiranossa.pt’, que visa apoiar os produtores locais a comercializarem os seus produtos”.

Além de promover o comércio local, o município, segundo Paulo Langrouva, tem também ajudado os produtores a escoar os seus produtos através de diversas iniciativas.

Nesta campanha de Natal, que terá uma forte divulgação, vão ser sorteados prémios pelas pessoas que façam compras no valor de 20 euros, que podem ser talões de descontos ou produtos, devendo os clientes inserir um código que lhes é atribuído na plataforma ‘beiranossa.pt’.

Vai também existir um sorteio concelhio, com um prémio atribuído pelo município, a sortear entre os clientes que fizeram compras no mercado municipal.

A plataforma ‘beiranossa.pt’, desenvolvida pelo NERGA, vai também vender cabazes com produtos concelhios – em que se destaca o azeite, vinho, mel e os enchidos – e “através deles criar-se uma identidade concelhia”.

“É uma forma de o município apoiar os comerciantes e alavancar o comércio local e tentar manter estas atividades em funcionamento, incrementando as suas vendas através de uma diversidade de iniciativas que, julgamos, vão ter êxito”, disse o presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo.

Segundo o presidente do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda, parceira na campanha, a ideia do “marketplace (espaço de venda digital) beiranossa.pt é agregar todos os produtos e lojas para se promover os produtos da região, numa época em que o mercado digital é cada vez maior”.

António Tavares salienta que a iniciativa de Figueira de Castelo Rodrigo vai permitir adquirir cabazes de produtos do concelho em todo o país e na diáspora portuguesa, numa altura em que se “prevê uma diminuição muito significativa das vendas”.

Salientando que a plataforma ‘online’ está a crescer diariamente ao nível das adesões, o dirigente refere que o país “está a passar por momentos muito complicados e que não é fácil promover o consumo”.

Entre os comerciantes e empresários da restauração, a iniciativa “FigueiraNatal” é bem acolhida por “acrescentar valorização ao negócio”, disse à agência Lusa Nádia Quadrado, sócia-gerente do restaurante A Cerca, no centro da vila de Figueira de Castelo Rodrigo, que emprega sete pessoas e completa 30 anos de existência este mês.

“No atual contexto, iniciativas destas são sempre positivas”, salientou a empresária, referindo que as expectativas “são muito baixas” para o mês de dezembro devido ao recolher obrigatório às 13h00 aos fins de semana e feriados que o concelho sofreu.

De acordo com Nádia Quadrado, as quebras deverão situar-se na ordem dos 70% da faturação, pois a venda de comida para fora “até resultou, mas não consegue colmatar a redução sentida”.

Com portas abertas há cerca de duas semanas, a proprietária da loja Bionô Produtos Naturais e Bem-Estar, Cristina Marques, considera que a campanha “vem impulsionar um pouco a cooperação, a entreajuda e a solidariedade no concelho”.

Adverte, no entanto, que o seu sucesso está dependente “da participação da comunidade”, porque se “todos comprarem no comércio local vai existir maior desenvolvimento do concelho, pois o dinheiro não sai de cá”.

“Além disso, se as pessoas não tiverem de sair para comprar noutros lados estão a contribuir para um melhor ambiente, com a redução de gases poluentes”, sublinhou Cristina Marques, que decidiu apostar num negócio “saudável e sustentável” de venda de produtos naturais e biológicos a granel, “em que se privilegia a qualidade dos produtos e a proximidade com o cliente”.


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