Eduardo Lourenço considera Agustina Bessa-Luís uma escritora “incomparável”

O ensaísta Eduardo Lourenço considera que a escritora Agustina Bessa-Luís é “incomparável” e é a “grande senhora das letras portuguesas”.

“É incomparável. Incomparável. De resto, todos os escritores são incomparáveis. Cada um é um anjo na sua espécie, como diziam os teólogos”, disse Eduardo Lourenço à agência Lusa, no final da cerimónia da entrega do Prémio Eduardo Lourenço 2015.

O galardão foi este ano atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), com sede na Guarda, à escritora Agustina Bessa-Luís.

Na cerimónia, realizada na Sala Tempo e Poesia da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, a homenageada esteve ausente, tendo o galardão sido recebido pela filha, Mónica Baldaque.

O filósofo disse ainda à Lusa que Agustina Bessa-Luís é “hiper especial”. “Basta ler três páginas dela [e] a gente fica logo noutro sítio”, justificou.

Eduardo Lourenço referiu que o prémio, que tem o seu nome, foi “muito bem entregue”, sublinhando que a homenageada tem uma importância maior que a sua.

“Ela é muito mais importante do que eu serei alguma vez. Eu, ou toda a gente que há neste país. Ela é a grande senhora das letras portuguesas. Podem vir outras, ainda, o mundo não acabou, mas ela já está inscrita, realmente, no céu das estrelas mais altas”, disse.

A escritora Agustina Bessa-Luís foi a vencedora da 11.ª edição do prémio Eduardo Lourenço, no valor de 7.500 euros, atribuído pelo CEI.

O prémio destina-se a galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica.

O galardão teve a sua primeira edição em 2004 e já distinguiu várias personalidades de relevo de Portugal e de Espanha.

As anteriores edições contemplaram Maria Helena da Rocha Pereira (professora Catedrática de Cultura Greco-Latina), Agustín Remesal (jornalista), Maria João Pires (pianista), Ángel Campos Pámpano (poeta), Jorge Figueiredo Dias (professor Catedrático de Direito Penal), os escritores César António Molina e Mia Couto, José María Martín Patino (teólogo), Jerónimo Pizarro (professor e investigador) e Antonio Sáez Delgado (professor e investigador).

O CEI é uma associação transfronteiriça sem fins lucrativos, que nasceu de um desafio lançado pelo ensaísta Eduardo Lourenço, na sessão solene comemorativa do Oitavo Centenário do Foral da Guarda, em 1999.

Foi criado em resultado de uma parceria que envolveu a Câmara Municipal da Guarda e as Universidades de Coimbra e de Salamanca e, mais tarde, o Instituto Politécnico local.


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