Trabalhadores da Fundação do Côa queixam-se de degradação financeira "insustentável"

A Comissão de Trabalhadores do Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa declarou-se hoje preocupada com a “insustentável” degradação financeira da Fundação Côa Parque (FC-P), entidade que gere a unidade museológica e o parque arqueológico.

Em declarações à agência Lusa, o representante da Comissão de Trabalhadores José Branquinho disse que o anterior Governo nunca entendeu financiar a FC-P e que, por isso, se foram acumulando divididas a diversas entidades públicas.

“Fomos acumulando dívidas à Segurança Social, às Finanças, Caixa Geral de Aposentações ou Caixa Geral de Depósitos, tornando-se a situação insustentável para a Fundação”, explicou o também dirigente sindical.

“Ontem fomos surpreendidas com uma penhora por parte da Finanças à loja da Fundação que está instalada no Museu do Côa”, acrescentou José Branquinho, confirmando uma notícia avançada hoje pelo diário Público.

Por outro lado, a FC-P já teve de recorrer a empréstimos junto da Caixa Geral de Depósito para pagar vencimentos aos 34 trabalhadores da instituição, disse a fonte.

O dirigente sindical garantiu ainda que não há viaturas suficientes para fazer visitas guiadas aos diversos sítios arqueológicos do Vale do Côa ou para fazer investigação de campo, sendo que os veículos que existem são de 2006 e carecem de constante manutenção.

“Isto tem a ver com irresponsabilidade da gestão da FC-P, mas também do atual Governo. Já passaram mais de 100 dia da sua tomada de posse e ainda não há uma decisão para o futuro do modelo de gestão do Museu e Parque Arqueológico”, justificou.

Na versão de José Branquinho, a proposta do atual Governo passa por acabar com a Fundação. Porém, há nove trabalhadores que têm contrato individual de trabalho com a FC-P e a comissão discorda que se acabe com a estrutura “sem que o lugar desses nove trabalhadores fique garantido”.

“O projeto do Côa está em causa por falta de uma decisão do atual Governo, mas também por culpa do anterior que adotou este modelo de Fundação, mas nunca a dotou de instrumentos financeiros adequados”, sintetizou

A comissão de Trabalhadores do Museu do Côa garante ainda que pediu uma reunião com a tutela no início de janeiro, que ainda não foi marcada.

A Lusa também já havia tentado uma reação do Ministério da Cultura, que não obteve.


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