Distrito da Guarda perdeu 4.767 residentes nos últimos três anos

Fonte: http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2014-01-15-gnr-comeca-mais-uma-campanha-de-sinalizacao-de-idosos-que-vivem-sozinhos-ou-isolados;jsessionid=7FB48A5685AC6F0C3A96CF6AC42283B7

Nada contraria o declínio demográfico da região, que, no conjunto dos municípios que formam a CIM das Beiras e Serra da Estrela, perdeu 7.071 pessoas entre 2011 e 2013.

A região tem uma população cada vez mais envelhecida, taxas de mortalidade elevadas e, pelo contrário, muito menos nascimentos a cada ano que passa. A realidade já o fazia antever e a estatística confirma que nada contraria o declínio demográfico da região. Só nos últimos três anos o distrito da Guarda perdeu 4.767 residentes, enquanto a Cova da Beira viu desaparecer 2.304 pessoas, de acordo com as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgadas na passada segunda-feira.

Em 31 de dezembro de 2013, a população residente no distrito da Guarda foi estimada em 155.512 pessoas, menos 2.415 que a população estimada para 31 de dezembro do ano anterior, o que representou uma taxa de crescimento efetivo negativa da ordem dos -1,55 por cento, reflexo da conjugação de saldos natural e migratório negativos. São indicadores bem piores se comparados com as estimativas de 2011, quando o distrito tinha 160.279 residentes e uma taxa de crescimento efetivo negativa de -1,42 por cento. De resto, no ano passado todos os indicadores, que estão no “vermelho” há vários anos, agravaram-se ainda mais. A média nacional da taxa bruta de natalidade foi, em 2013, de 7,9 nascimentos por mil habitantes, mas no distrito da Guarda rondou os 4,9 nascimentos por mil habitantes quando tinha sido de 5,3 em 2012. Neste particular, no ano passado, a NUT III da Beira Interior Norte – quase todo o distrito à exceção de Fornos, Gouveia, Seia, Aguiar da Beira e Vila Nova de Foz Côa – registou a melhor estimativa da taxa bruta de natalidade com 5,5 nascimentos por mil habitantes, ligeiramente acima dos 5,4 registados na NUT da Serra da Estrela.

No entanto, o mais assustador nestas estimativas do INE são as taxas brutas de mortalidade em 2013. A taxa média nacional foi de 10,2 óbitos por mil habitantes, mas por cá esse indicador foi literalmente pulverizado na quase totalidade dos municípios. A exceção é só mesmo a Guarda e mesmo assim com um valor acima da média (11,1 óbitos por mil habitantes). Na vizinhança registaram-se taxas da ordem dos 15,1, em Vila Nova de Foz Côa; 19,4, em Aguiar da Beira; 20,5, em Almeida; 21,3, em Figueira de Castelo Rodrigo e 25,0 no Sabugal. Em jeito de comparação, refira-se que média da NUT III da Serra da Estrela foi de 16,6 óbitos por mil habitantes e de 15,8 na Beira Interior Norte. Na Cova da Beira, o cenário também não é o mais animador, embora os indicadores sejam menos penalizadores. A começar pela estimativa da taxa bruta de natalidade, que foi de 6,0 nascimentos por mil habitantes em 2013, destacando-se aqui o concelho de Belmonte com 7,2 nascimentos por mil habitantes. Pelo contrário, a Covilhã ficou-se pelos 5,8 nascimentos. Já na taxa bruta de mortalidade é o Fundão que lidera com 14,9 óbitos por mil habitantes, seguido da Covilhã (12,8). A média estimada desta NUT III é da ordem dos 13,4 óbitos por mil habitantes.

Em termos populacionais, nestes três anos, o concelho que mais residentes perdeu foi a Covilhã, que tinha no final de 2013 menos 1.431 pessoas que no período homólogo de 2011. A Guarda vem a seguir, com menos 1.099 residentes, enquanto o Fundão contava menos 728 e Seia menos 654. Comum a todos os municípios é o facto de nenhum ganhar população residente neste período e de continuar a acentuar-se o envelhecimento demográfico. Tudo por causa da descida da natalidade, do aumento da longevidade e, mais recentemente, do impacto da emigração. Assim, a média nacional do índice de envelhecimento é de 136, muito abaixo do verificado na região onde Sabugal (514,2) e Almeida (501,3) têm a população mais idosa da região e, porventura, do país. Com índices muito elevados seguem-se a Mêda (363,6), Gouveia (328,1) e Vila Nova de Foz Côa (313). Na Cova da Beira, o Fundão regista o mais alto índice de envelhecimento desta NUT III, com 230,5.


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