Detidas sete pessoas por escravidão

Crimes ocorrido em várias localidades dos distritos de Beja, Faro e Guarda, assim como em Espanha.

A Polícia Judiciária levou a cabo uma operação de âmbito nacional de combate aos crimes de tráfico de pessoas, escravidão, rapto e sequestro para fins de exploração laboral, bem como ofensas à integridade física qualificada, que terão tido lugar em várias localidades dos distritos de Beja, Faro e Guarda, assim como em Espanha. Foram identificados e detidos sete suspeitos, cinco homens e duas mulheres, fortemente indiciados por aqueles crimes, tendo-se procedido à detenção de outras duas pessoas, durante a operação, por crimes de resistência e coação sobre funcionário e posse de armas proibidas. De acordo com os elementos indiciários apurados nesta investigação, seis ofendidos até ao momento identificados terão sido aliciados a trabalhar na actividade agrícola e construção civil por conta dos suspeitos, nomeadamente nas campanhas agrícolas espanholas, que lhes ofereceram em contrapartida um montante diário em numerário, alojamento, transporte e alimentação. No entanto, contrariamente ao que lhes havia sido proposto, viram-se forçados a trabalhar de forma não remunerada, sujeitos a condições indignas e condicionados na sua liberdade ambulatória, perante o regime de intimidação, ameaças e maus-tratos por parte daqueles, aproveitando-se das condições de fragilidade das vítimas. Segundo a Judiciária, os indícios recolhidos demonstram o carácter prolongado da atividade ilícita desenvolvida pelos suspeitos, não só no âmbito da tutela da ordem jurídica portuguesa mas também da espanhola, que vão fazendo circular entre várias famílias os “trabalhadores” como de mera mercadoria se tratasse. Esta operação contou com a colaboração de várias unidades da Polícia Judiciária, bem como dos Destacamentos e Unidades da GNR e da PSP das respetivas áreas de intervenção. Os detidos, com idades compreendidas entre os 23 e 41 anos, sendo uns agricultores e outros sem ocupação laboral, vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.


Conteúdo Recomendado