A criminalidade violenta e grave desceu na Guarda e Castelo Branco, acompanhando a tendência a nível nacional. Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2013, cujos resultados finais foram conhecidos anteontem, os dois distritos somam 215 crimes violentos e graves, menos 25 do que no ano anterior, o que representa um decréscimo na ordem dos 10,4 por cento. No entanto, o distrito guardense lidera os aumentos nos crimes reportados à Polícia Judiciária, Polícia de Segurança Pública e Guarda Nacional Republicana, tendo sido participados 4.489 delitos, mais 4,3 por cento do que em 2012, mantendo-se, ainda assim, como o segundo distrito com menos participações (atrás de Portalegre). Já Castelo Branco, que tem mais crimes reportados (5.230 casos), regista uma quebra de 7,9 por cento face ao ano anterior, uma descida superior à média nacional (6,9 por cento). Contas feitas, foram participados 368.452 crimes em Portugal, menos 27.375 do que nos 12 meses anteriores, sendo o valor mais baixo dos últimos 11 anos. A descida geral é apenas contrariada pela Guarda e Viana do Castelo, que viu as queixas apresentadas às autoridades aumentarem 2,5 por cento. Por seu lado, a criminalidade violenta e grave diminuiu 9,5 por cento no país, verificando-se 22.270 ocorrências, menos 2.123 do que em 2012. A descida é contrariada por Bragança (mais 27,9 por cento), Viseu (mais 15,2 por cento), Viana do Castelo (mais 2,7 por cento) e Coimbra (mais 2,5 por cento) – uma lista que, há um ano, era liderada pela Guarda, que tinha então aumentado 43,8 por cento face a 2011. Ainda assim, a maior incidência deste tipo de delitos acontece em Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Faro, que congregam 81 por cento do total. Os três primeiros também compõem o “pódio” dos distritos onde há mais criminalidade, concentrando perto de 51 por cento dos crimes participados às autoridades. Por sua vez, a Guarda está entre os três distritos onde os danos contra a natureza assumem maior destaque, uma vez que “pesam” 23,9 por cento no total de ocorrências. O distrito está ainda entre os quatro onde mais diminuíram os roubos em residências, comparativamente a 2012. Já Castelo Branco destaca-se nas subidas, contrariando a quebra nacional de 14,8 por cento, equivalente a menos 147 casos de furtos em casas, mas segue a descida geral nos casos de incêndio por fogo posto, com um total de 388 casos em 2013, menos 43 que em 2012. Nesta categoria há um aumento de 29 ocorrências na Guarda, totalizando 337 no decorrer do último ano. Os dois distritos tiveram mais vítimas mortais na sinistralidade rodoviária, assim como participações de violência doméstica, que teve um aumento de 2,4 a nível nacional, com a Guarda a ter 313 ocorrências (mais 32 casos) e Castelo Branco 437 (mais 14 casos). Este foi, aliás, um dos tópicos abordados por Antero Luís, secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, na apresentação da passada sexta-feira, em Lisboa, onde destacou o aumento geral das mortes por violência doméstica (mais três homicídios) e de queixas apresentadas às autoridades: «Porque há uma maior consciência e uma maior participação ou porque houve mais crimes?», indagou então Antero Luís.
Criminalidade violenta desce mais de 10 por cento na região
Guarda foi o distrito onde a criminalidade participada mais aumentou, contrariando a quebra a nível nacional.