Costa acusa Governo de criar “fratura” entre jovens e idosos

O secretário-geral do PS, António Costa, acusou ontem o Governo de criar uma “fratura” entre jovens e idosos, num discurso em Seia dedicado quase em exclusivo aos idosos e à defesa do PS deste setor da população.

Em Seia, Costa sublinhou perante centenas de apoiantes que o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP no distrito, Carlos Peixoto, chamou aos idosos no passado “peste grisalha”, num texto de opinião publicado no jornal i em 2013.

A coligação de direita, diz Costa, devia meter Carlos Peixoto como “último dos suplentes” na sua lista às legislativas de outubro, mas colocou o dirigente social-democrata como cabeça de lista.

“Para nós uma sociedade tem de ser como uma família, onde todos temos de estar uns para os outros para nos apoiar quando mais necessitamos. Eu desejo o melhor para os meus próprios filhos, como é evidente, mas não aceito ter de escolher (…) entre o futuro dos filhos e o presente da minha mãe”, sublinhou António Costa, recolhendo aplausos da plateia.

E prosseguiu: “Uma família é feita de filhos, avós e netos, e é assim que se forma uma família e é assim que se forma uma sociedade”.

PSD e CDS-PP, insistiu, “não se envergonham de escolher para cabeça de lista [na Guarda] quem olha para os idosos como se fossem uma peste grisalha”, o que o PS critica.

O líder socialista aproveitou também para reiterar que com o PS no Governo será reposto na íntegra “aquilo que o Tribunal Constitucional disse que era necessário garantir: a garantia da integralidade da pensão a que os idosos têm direito”.

“Esse é um direito que o PS garantirá a todos os idosos”, vincou António Costa.

Um total de 70 mil idosos, prosseguiu, “perderam o complemento social para idosos porque este Governo” lho retirou e “alterou as condições de acesso a esta prestação”, privando este grupo de pessoas “de uma medida fundamental no combate à pobreza”.

Num comício que teve a presença do presidente honorário do PS, António de Almeida Santos, discursaram antes de António Costa o presidente da Câmara de Seia, Carlos Filipe Figueiredo, e o cabeça de lista socialista pelo distrito da Guarda, Santinho Pacheco.

Santinho Pacheco fez um insólito apelo ao voto aos simpatizantes do CDS, alegando que este partido é mal tratado pelo PSD no distrito da Guarda.

O cabeça de lista do PS pela Guarda alegou ainda que, mesmo que a coligação eleja dois deputados num total de quatro, “esses deputados serão do PSD e não do CDS”.

“Todos os votos que forem para partidos à esquerda do PS serão votos perdido e que beneficiarão a coligação PSD/CDS”, acrescentou.


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