Surge como um estudo mais abrangente que os anteriores.
A decisão de fazer adquirir viagens através da Internet é determinada pela atitude geral para comprar online, que é influenciada pela perceção relativa das vantagens e confiança geradas por este modelo de compra. Esta é uma das conclusões dos investigadores Paulo Duarte, do Departamento de Gestão e Economia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior (FCSH-UBI), e Suzanne Amaro, do Instituto Politécnico de Viseu.
O estudo, intitulado “An integrative model of consumers’ intentions to purchase travel online”, foi publicado no número 46 da revista científica “Tourism Management” e procura romper com algumas lacunas identificadas em trabalhos anteriores sobre esta matéria, caracterizados como fragmentados e apresentando, em algumas ocasiões, resultados contraditórios.
Uma das falhas identificadas durante o processo de análise de publicações anteriores refere-se à não consideração da influência dos media, como redes sociais e blogues e não está claro o papel que podem desempenhar elementos como a confiança ou a perceção de risco no comportamento do consumidor.
No que toca ao primeiro aspeto, os autores do estudo concluíram que, contrariamente às expectativas, as pessoas que mais utilizam as redes sociais não têm mais intenção de fazer compras de viagens “online” do que os não-utilizadores. “Em todo o caso, este trabalho serve como ponto de partida para a investigação sobre esta questão, que é de máximo interesse para um sector importante da economia”, segundo a UBI.
O artigo apresenta conclusões obtidas com base num modelo de análise das compras de viagens “online” de forma “integral”, reunindo várias abordagens para resolver a questão: a Teoria da Ação Racional, a Teoria do Comportamento Planeado, o Modelo de Aceitação Tecnológica e a Teoria da Difusão de Inovações.
Para testar este novo modelo, os investigadores organizaram uma investigação em forma de inquérito ‘online’ com 1.732 internautas de todo o mundo. De acordo com os dados, as intenções de compra são determinadas, em primeiro lugar, pela atitude geral para comprar ‘online’, que é influenciada pela perceção relativa das vantagens desta forma de compra e pela confiança que gera.
O segundo fator mais importante é a compatibilidade, que é descrita na Teoria da Difusão de Inovações como a capacidade de sobreviver com os valores existentes e o sistema social. Finalmente, embora seja já uma pratica comum, o risco percepcionado continua a afetar desfavoravelmente a intenção de contratação de viagens ‘online’.