Cavaco Silva “impressionado” com os prejuízos

Incêndios consumiram 12 mil hectares no concelho do Sabugal O Presidente da República visitou no dia 11 de Setembro a freguesia de Sortelha, concelho do Sabugal, onde manifestou espanto e solidariedade para com todos aqueles que foram atingidos pelos incêndios florestais que deflagraram no concelho. Nesta viagem “informal”, Cavaco Silva quer as “gentes sintam que […]

Incêndios consumiram 12 mil hectares no concelho do Sabugal

O Presidente da República visitou no dia 11 de Setembro a freguesia de Sortelha, concelho do Sabugal, onde manifestou espanto e solidariedade para com todos aqueles que foram atingidos pelos incêndios florestais que deflagraram no concelho. Nesta viagem “informal”, Cavaco Silva quer as “gentes sintam que não estão abandonadas”.

Apesar de não ter presenciado in loco a potência das chamas, o Presidente da República ainda sentiu o cheiro a queimado e fixou o olhar no cinturão negro que por estes dias rodeia o castelo da aldeia história de Sortelha, no concelho do Sabugal.

Na viagem até ao Concelho, Cavaco Silva teve oportunidade de ver com os seus próprios olhos o nível de destruição das chamas, mostrando-se “impressionado” com a realidade que encontrou.

“Eu tive ocasião de testemunhar o grau de destruição que atingiu o concelho do Sabugal neste trajecto que fiz desde a A23 até Sortelha”, disse o chefe de Estado, junto das muralhas de Sortelha, onde o esperavam o presidente da Câmara Municipal do Sabugal, Manuel Rito, e a Governadora Civil da Guarda, Maria do Carmo Borges.

Depois do impacto visual, foi altura do Presidente tomar contacto com prejuízos causados pelos incêndios: 600 hectares de olival, 200 de vinhas, mil de lameiros, mil de pastagens, sete mil de incultos que também podem ser usados como pasto, dois mil de florestas (carvalhos, castanheiros, freixos, pinheiros) e 500 colmeias.

“A área ardida é de cerca de 12 mil hectares, e não podemos esquecer que o Sabugal é um concelho do interior em que as gentes vivem, em boa parte, da agricultura e os prejuízos foram enormes”, afirmou Cavaco Silva.

Os estragos sensibilizaram o Presidente da República, ao ponto de o fazerem deslocar-se à Região, numa visita o “mais informal possível”, porque, neste momento, o mais importante é “que as gentes do Sabugal sintam que não estão esquecidas, que não estão abandonadas, que podem ser apoiadas, que podem olhar para o futuro, que têm que arregaçar as mangas e terão apoios para continuar aqui na sua terra”, disse Cavaco Silva, acompanhado pelos secretários de Estado da Protecção Civil, José Medeiros, e da Agricultura, Luís Vieira.

Num momento particularmente difícil, o Presidente da República não se esqueceu dos Bombeiros, dirigindo-lhes uma “palavra de grande apreço (…) pela forma como reagiram e como lutaram para combater um fogo terrível”.

Cavaco Silva elogiou também “a resposta célere que foi dada pela Câmara Municipal, pelas autoridades regionais, na tentativa de apoiar as populações, manter o ânimo e levá-las a pensar no futuro, para que não tenham a tentação de abandonar o Sabugal”.

Prejuízos obrigam Governo a intervir

Além da área ardida, os incêndios também ameaçam 500 bovinos e cerca de 5500 caprinos e ovinos, o que obrigou a Câmara Municipal do Sabugal, juntamente com a Associação de Criadores e de Ruminantes do Concelho do Sabugal (ACRISabugal), a comprar fardos para distribuir pelos vários prejudicados pela força das chamas.

O Governo também procurou responder ao problema com alguma celeridade, e por isso decidiu por à disposição dos criadores, a partir da última segunda-feira, um apoio de 100 euros por cada bovino e 50 por cada ovino ou caprino.

Cavaco Silva pede “elevação” na campanha eleitoral

Em Sortelha o Presidente da República apelou à contenção de gastos dos partidos na campanha eleitoral, fazendo votos para haja “elevação” entre os candidatos. “Que haja elevação nos debates, que haja serenidade, e que ela [a campanha eleitoral] corra bem até ao dia 27.

Não posso dizer absolutamente mais nada”, afirmou. Cavaco Silva acrescentou ainda esperar que os partidos “informem os cidadãos” pedindo para que estes “não gastem muito dinheiro porque o tempo é difícil “, acrescentou.


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