"Caminhos da Rainha Santa Isabel têm pertinência como produto turístico" considera Turismo do Centro

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O presidente da Turismo do Centro (TC), Pedro Machado, considera que a criação dos “Caminhos da Rainha Santa Isabel” tem “toda a pertinência” e diz acreditar que o próximo quadro comunitário pode contribuir para a dinamização do projeto.

“Em 2016, comemoramos os 500 anos da beatificação da Rainha Santa Isabel e em 2017 o centenário das aparições de Fátima”, sendo que estas duas efemérides no espetro religioso “validam e justificam a proposta” de criação de uma rota dos locais e cidades por onde a rainha Isabel de Aragão passou.

O turismo religioso “atingiu em 2013 o estatuto de produto turístico”, sendo expectável que, “por força de um novo quadro de desenvolvimento regional”, se assumam “novos desafios”, disse à agência Lusa Pedro Machado, sublinhando que o programa Portugal 2020 “não se destinará apenas para a criação de produtos turísticos, mas também para rotas que possam alavancar o turismo e a região”.

O presidente daquela entidade regional frisou ainda a ligação da rainha Isabel de Aragão a Espanha – por lá ter nascido e por ter feito a peregrinação até Santiago de Compostela -, que pode levar “a uma aproximação ao mercado espanhol”, que é neste momento o mercado externo mais presente na região Centro.

A diretora regional da Cultura do Centro, Celeste Amaro, desafiou na quinta-feira a Câmara Municipal de Coimbra “a pensar nos Caminhos da Rainha Santa Isabel” nos moldes em que estão feitos os Caminhos de Santiago.

Celeste Amaro disse ser importante utilizar os estudos já feitos sobre “os sítios por onde a Rainha Santa passou” para se criar uma rota.

O presidente da Confraria Rainha Santa Isabel, António Rebelo, mostrou-se “disponível” para colaborar na criação do roteiro turístico, que pode unir “várias regiões de turismo, o interesse de várias cidades e dinamizar o turismo entre os dois países”.

De acordo com António Rebelo, a rainha Isabel de Aragão “ainda é uma personagem muito desconhecida” em Espanha, havendo “um défice de conhecimento que deve ser explorado a nível do turismo e das entidades oficiais”, quer com eventos culturais, quer com publicações.

O presidente da Confraria relembrou que a organização está há cerca de ano e meio a trabalhar na reconstituição científica do caminho que a rainha Isabel de Aragão fez, entre Coimbra e Santiago de Compostela, “com um grupo de especialistas de arqueologia, história e história da arte”, entre outras áreas.

O antigo professor da Faculdade de Letras de Coimbra, Francisco Pato de Macedo, explicou que, havendo uma rota, em Espanha, “esta teria de passar por Saragoça e Barcelona”, como sendo os sítios onde se aponta ter nascido a rainha Isabel de Aragão (sobre o qual não há unanimidade entre investigadores), bem como Santiago de Compostela, “pelas viagens que fez” até essa cidade.

Em Portugal, o também historiador de arte apontou para Bragança, onde a rainha passou antes de chegar a Trancoso, cidade onde há documentos relativos aos festejos do seu casamento com Dom Dinis nessa cidade do distrito da Guarda.

Também teriam de estar presentes, para além de Coimbra, “Alenquer, com que tinha uma relação grande, por ter estado lá durante algum tempo por ordem do marido”, “Estremoz, que é onde tenta estabelecer a concórdia entre o seu filho e neto e onde vai morrer”, bem como Leiria e Santarém, tendo sido “duas das cidades por onde a corte passou”.


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