Câmara de Seia diz que classificação de santuário reforça turismo na região

A Câmara de Seia admitiu hoje que a classificação como conjunto de interesse público do Santuário de Nossa Senhora do Desterro, em São Romão, reforça o potencial turístico da região e sublinha a “importância histórica” do local

O presidente da autarquia de Seia, Carlos Filipe Camelo, disse hoje à agência Lusa que a classificação “vem sublinhar a importância histórica do local, bem como reforçar a proteção do mesmo e da sua envolvente”. O autarca refere ainda “a mais-valia patrimonial e turística que tal significa para o município”, por reforçar “o potencial do turismo cultural e de natureza na região”. A classificação do Santuário de Nossa Senhora do Desterro como conjunto de interesse público e a respetiva zona especial de proteção foi publicada na quarta-feira em Diário da República. A portaria assinada pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, refere que a decisão teve por base critérios “relativos ao caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho simbólico ou religioso, ao seu valor estético e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica e paisagística, e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”. Distribuídas pelas duas margens do rio Alva, no Parque Natural da Serra da Estrela, as dez capelas do santuário foram sendo sucessivamente erguidas ao longo de mais de 200 anos. Segundo o documento, as construções terão sido edificadas “pelo menos” entre 1650 (fundação da capela de Nossa Senhora do Desterro) e 1892 (consagração da capela da Senhora da Boa Viagem)”. “O conjunto é evocativo, na sua generalidade, dos ciclos da Infância e Paixão de Cristo, em diversos pontos coincidentes com a Vida e Paixão da Virgem e os Mistérios do Rosário, representados em imaginária ou pintura no interior das capelas, caracterizadas pela grande depuração arquitetónica, complementada por algumas fachadas de linguagem barroca”, esclarece. No local existem as capelas da Senhora da Anunciação, dos Doutores, do Encontro, da Senhora do Desterro, da Boa Viagem, do Senhor do Horto, da Senhora da Apresentação, da Senhora da Piedade, da Verónica e do Senhor do Calvário. Localizam-se em área protegida, “com forte projeção ambiental”, segundo o presidente da Câmara de Seia. A autarquia tem apostado no local, realizando “investimentos na conservação da natureza e na proteção do património natural e construído”. São exemplos “a implementação do projeto de uso múltiplo da floresta” e “a remodelação da centenária hidroelétrica da Senhora do Desterro, convertida em 2011 em Museu Natural da Eletricidade”, lembra. “No âmbito da conservação, para além da restauração da vegetação natural e promoção da biodiversidade, existem no local percursos pedestres de pequena rota que permitem auxiliar os visitantes na compreensão da paisagem, nas suas várias componentes: geologia, flora e vegetação, fauna e costumes do local”, conclui o autarca.


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