Câmara da Guarda quer aproveitar a classificação de capela de Vila Soeiro

A classificação da capela de São Pedro de Verona, em Vila Soeiro, como monumento de interesse público, é considerada uma “mais-valia” turística pela Câmara Municipal da Guarda.

Segundo o vereador Victor Amaral, responsável pelos pelouros do turismo e da cultura, a autarquia entende a classificação do monumento como “um valor importante para a região”.  “É uma mais-valia para o nosso património cultural. É mais um elemento que deve ser aproveitado para a valorização cultural e turística do território”, disse hoje o autarca à agência Lusa. A classificação “constitui mais um elemento de valorização patrimonial para o concelho da Guarda e, nessa perspetiva, ele deve ser enquadrado numa estratégia de valorização do território, onde os circuitos de arquitetura religiosa possam ser, agora e no futuro, elementos diferenciadores da valorização cultural”, referiu Victor Amaral. A capela de São Pedro de Verona foi classificada como monumento de interesse público, por portaria assinada pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, publicada na segunda-feira em Diário da República. A portaria fixa ainda a zona especial de proteção do monumento localizado no Outeiro de Vila Soeiro, na área da União das Freguesias de Mizarela, Pêro Soares e Vila Soeiro, concelho e distrito da Guarda. “A singela capela de São Pedro de Verona destaca-se sobretudo pelas pinturas murais seiscentistas que alberga na parede fundeira da capela-mor, cobertas até 1998 por um grande conjunto retabular”, refere o documento. Acrescenta que o “políptico pintado divide-se em seis painéis com cenas hagiográficas e representações da Vida de Cristo, incluindo uma Fuga para o Egito e um Calvário”. “Embora não tenha sido identificada a autoria do conjunto pictórico, o desenho linear, ingénuo e pouco erudito, a reduzida palete de cores, as repetições e as deficientes perspetivas denunciam uma oficina regional, possivelmente ativa entre os finais do século XVI e meados do século XVII”, assinala. Segundo a portaria, no interior da capela “guardam-se ainda algumas esculturas, um interessante retábulo em talha policromada, com representações de Doutores da Igreja, e o púlpito em granito”. “Ainda que não constitua um edifício particularmente relevante em termos arquitetónicos”, a capela “assume um papel localmente representativo em termos estético artísticos, assim como na devoção e no imaginário popular”, indica. Para a classificação, a Secretaria de Estado da Cultura teve em conta o caráter matricial do bem, o seu interesse “como testemunho simbólico ou religioso” e o seu valor “estético, técnico e material intrínseco”. A zona especial de proteção que foi fixada “tem em consideração a implantação rural do imóvel, sobranceiro ao vale do Mondego”, e visa “garantir o seu enquadramento paisagístico e as perspetivas da sua contemplação”, segundo a portaria.

 


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