Câmara da Guarda desapontada com exclusão da candidatura a Capital Europeia da Cultura

O presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, mostrou-se esta segunda-feira desapontado por a cidade ter sido afastada da corrida a Capital Europeia da Cultura 2027 e anunciou que o município vai redefinir a sua política cultural.

“A Guarda chegou ao fim do seu desafio para ser Capital Europeia da Cultura em 2027. Desenganem-se aqueles que possam pensar que não ficámos desapontados com este desfecho. Ficámos desapontados e muito”, disse esta segunda-feira o autarca aos jornalistas, no final da reunião quinzenal do executivo, onde o assunto foi abordado.

Segundo Sérgio Costa, o desapontamento hoje manifestado, “não é de agora”.

“Durante os cinco meses ou os quase cinco meses em que assumimos a gestão do executivo municipal da Guarda, limitámo-nos a ser apenas meros observadores de todo o processo da candidatura. Não tivemos qualquer responsabilidade na sua gestão ou decisão. Nada alterámos ou sequer influenciámos. Mesmo assim, fomos defender institucionalmente o município da Guarda perante o júri internacional que decidiu o afastamento da candidatura”, justificou.

Disse que o executivo que lidera não participou nas escolhas dos seus responsáveis, nem na sua programação ou estratégia e, “desde a primeira hora”, considerou o processo “politicamente mal conduzido”.

Também referiu que durante dois anos “os seus máximos responsáveis não conseguiram mobilizar os agentes culturais” presentes no território e as entidades e associações culturais “foram completamente” arredadas do processo.

Sérgio Costa disse, ainda, que “o atual presidente da Câmara e o seu executivo não foi ouvido, tido, ou achado, neste processo”.

O autarca lamentou “que depois de mais de um milhão de euros gastos, pouco ou nada tenha ficado na memória dos guardenses”.

Apesar da decisão, anunciou que o município irá redefinir a sua política de cultura: “Em primeiro lugar, vamos fazer mais cultura com os de cá. Vamos mobilizar, vamos criar e envolver a nossa comunidade, articulando com os agentes culturais do nosso território”.

Ao longo dos próximos meses o executivo irá “revisitar todos e cada um” dos projetos abordados na candidatura, sempre “em estreita sintonia com os programadores da candidatura”, prometeu.

Sobre o assunto, o vereador e ex-presidente do município, Carlos Chaves Monteiro, disse que os eleitos do PSD não ficaram satisfeitos com a decisão do júri que afastou a cidade da candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027 e importa “conhecer a fundamentação da decisão” do júri internacional, para que se possa “aprender com os erros”.

Referiu, no entanto, que os eleitos social-democratas estão “cientes do trabalho realizado” por todos aqueles que estiveram envolvidos no projeto.

Carlos Chaves Monteiro desejou que o trabalho efetuado “não morra aqui” e que vários projetos como o Plano Estratégico da Cultura ou a Carta da Paisagem da Guarda possam ter continuidade.

Já Luís Couto, vereador do PS, reconheceu que “a Guarda perdeu” com o afastamento da candidatura e interessa conhecer as razões.

O vereador também disse que é preciso saber se o trabalho que foi realizado “dará para utilizar no futuro”, ou mesmo para uma nova candidatura.

As cidades de Ponta Delgada, Braga, Aveiro e Évora são finalistas a Capital Europeia da Cultura em 2017, de um total de 12 candidaturas, anunciou a organização, na sexta-feira, em Lisboa.


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