Camané no Teatro Cine de Gouveia

O concerto está agendado para o próximo dia 2 de dezembro, pelas 21h30, onde o fadista apresentará o seu novo disco “Camané Canta Marceneiro”.

O evento surge no âmbito das comemorações do 75º Aniversário do Teatro Cine de Gouveia, onde o Município de Gouveia realizará atividades comemorativas que se prolongarão até novembro de 2018.

O primeiro contacto de Camané com o fado ocorreu um pouco por acaso, quando durante a recuperação de uma maleita infantil se embrenhou na colecção de discos dos pais e descobriu os grandes nomes do fado: Amália Rodrigues, Fernando Maurício, Lucília do Carmo, Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro e Carlos do Carmo.

Dessa altura até à vitória em 1979 do evento “Grande Noite do Fado” foi um passo. Na sequência desta participação gravou alguns trabalhos e efectuou diversas apresentações públicas.

Camané atuou em diversas casas de fado, além de fazer parte do elenco de diversas produções dirigidas por Filipe La Féria (o mais importante diretor português de musicais) como a “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret”, onde adquiriu assinalável evidência.

A edição de “Uma Noite de Fados”, elogiada pela critica especializada, elegeu Camané como a voz mais representativa da nova geração do fado, possibilitando o reconhecimento da qualidade do seu trabalho pelo grande público. Realizou desde essa altura inúmeras apresentações em Portugal e no estrangeiro.

Já este ano, Camané venceu o PRÉMIO TENCO 2017,  juntamente com Vivicio Capossela e Massimo Ranieri , na categoria de divulgador cultural , são os vencedores na 41ª Edição do Prémio Tenco.

O Prémio Tenco é atribuído anualmente a um ou mais artistas de classe mundial que se distinguiram ao longo de sua carreira. Prémio Tenco foi concedido pela primeira vez em 1974 ,nomeado a partir do cantor e compositor italiano Luigi Tenco. Originalmente concedida em paralelo com o Festival de Música de San Remo, esta distinção  já foi atribuída a personalidades tão diferentes e marcantes da música , entre as quais  Leonard Cohen, Tom Waits e John Cales.

Entre a  lusofonia já  foram atribuídos a  ​​Sérgio Godinho, Dulce Pontes, José Mario Branco,  Vinicius, Chico Buarque Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, assim como a Cesária Évora.

Camané sobe agora ao palco do Teatro Cine de Gouveia para apresentar  o sucessor de Infinito Presente. Trata-se do disco “Camané canta Marceneiro “, editado em outubro, numa homenagem a Alfredo Marceneiro , uma das suas maiores referências.

Os bilhetes, no valor de 10 euros, encontram-se à venda desde o passado dia 17. Pode contactar o Teatro Cine através do número: 238 084 861.

 

JÁ PASSARAM 75 ANOS DESDE A  INAUGURAÇÃO DO TEATRO CINE DE GOUVEIA

O Teatro Cine de Gouveia foi inaugurado a 13 de novembro de 1942. De grande imponência para a época, era constituído pelas diversas secções. A “Cabine Cinematográfica”, que ficava completamente isolada, tinha a moderna aparelhagem, marca “Zeiss Ikon”. Junto à cabine dos dois lados, ficavam os lugares da Geral, para 120 pessoas. Seguiam-se os balcões com 200 lugares e depois os 11 camarotes. A plateia tinha 230 cadeiras e 198 poltronas. Depois havia o lugar para a orquestra e o grande palco com 9 camarins. Os corredores eram amplos, tendo cada secção de bilhetes o seu “Foyer” em separado.

A luz, estudada com competência, era indireta e difusa. As cadeiras e “fauteulis” eram ricamente forradas a cor-de-rosa, o que dava um elegantíssimo aspeto ao salão. Não faltou o aquecimento central e o serviço contra incêndios. A pintura interior era toda em rosa vermelho e as passadeiras em vermelho rubro. As festividades da inauguração começaram no Salão Nobre da Câmara Municipal, através de uma sessão de boas vindas ao Chefe do Distrito.

Em homenagem à Companhia Teatral “Companhia Amélia Rey Colaço Robles Monteiro”, que veio inaugurar esta casa de espetáculos, foi descerrada uma lápide. A companhia abriu depois uma série de três espetáculos com a peça do consagrado dramaturgo Ramada Curto “O Caso do Dia”. Na segunda récita subiu à cena “Sua Alteza”, também de Ramada Curto. João Villaret mereceu as honras da noite. Depois subiu à cena “Romances” – um prólogo, três atos e um epílogo, de Edward Sceldon, tradução de Jorge Leisley.

“Páginas Imortais” foi o primeiro filme projetado neste grandioso espaço cultural.
O Teatro Cine de Gouveia, modelo gémeo do Cine-Arte, em Lisboa, foi considerado uma das melhores casas de espetáculos do país.

In Guerrinha, José Gouveia (Serra da Estrela). Gouveia: I Edição, 2005

 


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