Caça cinegética com menos caçadores

A Beira Interior tem vindo a perder caçadores todos os anos, especialmente durante a última década.Uma redução que também se verifica a nível nacional, para a época cinegética, oficialmente aberta desde ontem, com autorização para abate de patos, rolas e pombos, haverá 100 mil pessoas com licença para caçar. Há dez anos eram mais de 250 mil.

Os critérios e os preços utilizados nos exames obrigatórios, a respetiva calendarização e o facto de apenas existir um local por distrito para fazer os exames são as principais causas para a redução do número de caçadores “as imposições de uso e porte de arma são terríveis, o dinheiro por exame ronda os 300 euros, a deslocação dos caçadores para os locais de exame e a falta de caça, pela não cultivo dos terrenos e as doenças dos animais, são os principais motivos para termos menos caçadores”, sublinhou João Lourenço, Presidente da Federação de Caça da Beira. Os caçadores pretendem que exista a possibilidade de fazerem exames três ou quatro vezes por ano e, para evitar gastos aos mais carenciados, querem ainda que os testes teóricos e práticos (supervisionados pela PSP e por pessoal do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) se realizem num só dia e não em duas datas distintas, como actualmente acontece. Mas a diminuição do número de caçadores prende-se, também, com as taxas pagas pela utilização dos terrenos “os proprietários já pagam as taxas ao Governo e não se compreende como é que se tenha de pagar mais uma taxa de 75 euros por hectare nas zonas de caça associativa e 150 nas zonas de caça turística. Para que é que serve este dinheiro? Para nada. Nunca foi investido nas zonas de caça”. Dizer que atualmente, cerca de 85 a 90% do território nacional está ordenado em termos cinegéticos. É nessas zonas de caça associativa (cada sócio paga uma quota anual para poder caçar em dias e quantidades estabelecidas) que, a partir de outubro, quando abrir a maioria das reservas, os detentores das 100 mil licenças emitidas vão iniciar mais uma época de abate de coelhos, lebres e perdizes, exemplares bem mais apetecidos que as rolas, patos e pombos que desde dia ontem podem ser alvejados.


Conteúdo Recomendado