O comandante Virgílio Borges disse hoje à agência Lusa que a campanha dirigida aos habitantes do concelho de Seia, na Serra da Estrela, que anualmente é assolado pelos fogos florestais, surgiu após o incêndio que começou em Pedrógão Grande e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.
A campanha que está a ser realizada na imprensa local, nas redes sociais e através da distribuição de panfletos, aponta quais os comportamentos que as pessoas devem ter e que devem evitar em caso de incêndio florestal.
Virgílio Borges disse à Lusa que a tragédia que ocorreu na zona de Pedrógão Grande pode acontecer no concelho de Seia como em qualquer outro lugar do país, mas existem alguns comportamentos da população que expõem “ao risco” e que devem ser evitados.
Segundo o responsável, em caso de incêndio as pessoas não devem caminhar para o local onde o mesmo deflagrou, não devem competir com os veículos de socorro (bombeiros, sapadores florestais, serviços de proteção civil), numa tentativa de ultrapassagem, nem estacionar os seus veículos em locais que dificultem as manobras.
Os condutores também são alertados para não estacionarem os veículos “em locais mais amplos nas proximidades do incêndio, aqueles irão servir de pontos de apoio (posicionamento de autotanques e/ou outros veículos de socorro)”.
Os bombeiros de Seia também pedem que os habitantes não telefonem para o quartel “quando as sirenes tocam”, porque a central “é invadida por telefonemas” e isso perturba o envio de meios para o terreno, segundo o comandante.
Quanto ao que as pessoas devem fazer em caso de incêndio florestal, os bombeiros de Seia aconselham que se abriguem “em local fresco e seguro (no piso térreo da habitação e com portas e janelas fechadas, numa zona sem vegetação e aposta à coluna de fumos, etc.)”.
Quando observarem o incêndio que procurem que o vento lhes bata na cara e que caminhem na direção oposta à coluna de fumos, são outras das sugestões apresentadas à população.
“Facilite a movimentação dos veículos de socorro; conforte e ajude os semelhantes com menos mobilidade, encaminhando-os para locais mais seguros e confortáveis; e procure fazer-se acompanhar de água potável”, são também recomendações dos Bombeiros Voluntários de Seia, no distrito da Guarda.
O corpo de bombeiros recomenda ainda que os habitantes peçam ajuda através do número Internacional de Emergência 112, dando informações precisas sobre o sítio, os perigos que correm e de quantas pessoas se encontram no local, mantendo o telefone ligado e disponível depois do pedido de socorro.
É ainda referido que podem ser adotadas outras medidas de precaução, podendo os habitantes contar com a ajuda dos bombeiros, da Proteção Civil Municipal e da GNR.