O candidato do Chega à Câmara da Guarda nas eleições de domingo não foi eleito vereador, mas o partido elegeu o primeiro representante para a Assembleia Municipal, enquanto o BE manteve o lugar que já detinha.
Francisco Dias, cabeça de lista do Chega, disse hoje à agência Lusa que o resultado obtido pelo partido no concelho da Guarda “é sempre uma derrota”, porque não conseguiu atingir o objetivo que pretendia.
“De qualquer modo, esta derrota não deixa de ter algum sabor a vitória, porque, de facto, conseguimos eleger um elemento para a Assembleia Municipal”, declarou.
O candidato lembrou que o Chega é “um partido emergente, que tem sido bastante denegrido”, mas disse que, pessoalmente, ganhou, porque fez uma campanha “pela positiva”, gostou do contacto com os guardenses e foi “uma experiência muito gratificante”.
Na opinião de Francisco Dias, o eleito do Chega para a Assembleia Municipal da Guarda “irá defender os interesses guardenses”, tal como faria se fosse eleito vereador para o novo executivo que vai ser liderado por Sérgio Costa (movimento independente PG – Pela Guarda).
O candidato do BE, Jorge Mendes, que também é o coordenador distrital do partido, disse à Lusa que os resultados obtidos no ato eleitoral de domingo ficaram “abaixo” das expectativas.
“Conseguimos manter o nosso [lugar] de deputado municipal, neste caso a Bárbara Xavier, mas não conseguimos eleger a nossa candidata para a Assembleia de Freguesia da Guarda, nem para a Vela. Para a Câmara Municipal, tivemos uma votação bastante mais fraca do que aquilo que nós queríamos”, afirmou o candidato à agência Lusa.
Jorge Mendes assumiu “totalmente as responsabilidades” pelo “desaire eleitoral” do BE no concelho da Guarda, embora reconheça que o cenário foi geral em todo o país.
O movimento independente PG (Pela Guarda) venceu as eleições autárquicas de domingo, com 36,22% dos votos, conquistando a presidência ao PSD, segundo os dados do Ministério da Administração Interna (MAI).
Apurados os resultados nas 43 freguesias, o PG, cujo cabeça de lista é Sérgio Costa, obteve 36,22% dos votos, e três mandatos. O PSD perdeu a Câmara, a que presidia desde 2013, obtendo 33,68% dos votos e três mandatos. O PS obteve 17,98% dos votos e 1 mandato.
A Câmara da Guarda é atualmente presidida pelo social-democrata Carlos Chaves Monteiro, que substituiu Álvaro Amaro quando este foi eleito para o Parlamento Europeu.
O PG, com o cabeça de lista José Relva, também venceu as eleições para a Assembleia Municipal da Guarda.
Segundo os dados do MAI, o PG obteve 33,49% dos votos (16 mandatos), o PSD 31,44% (15), o PS 20,72% (10), o Chega 3,15% (1 mandato), o CDS-PP 2,82% (1), o BE 2,49% (1) e a CDU 1,80% (não elegeu representantes).