A mostra abre em 1 de setembro e termina em princípios de dezembro, em dia ainda a determinar e, segundo António Ponte, trata-se da “primeira grande exposição dedicada ao Vale do Côa além-fronteiras”, tendo sido concebida a pensar propositadamente no público de Ulsan, cidade do sudeste da Coreia do Sul onde se situa o Sítio Arqueológico de Bangu-Dae, com gravuras de um período entre 6.000 e 1.000 antes de Cristo (a.C.).
“Com cerca de 1,1 milhões de habitantes, Ulsan foi um importante centro da pesca à baleia, atividade que terá começado na Idade da Pedra, por volta de 6.000 a.C., conforme atestam as descobertas arqueológicas feitas na região”, explicou o responsável pela Direção Regional de Cultura do Norte.
É neste contexto de “proximidade histórica” que surge o convite à Fundação Côa-Parque (FC-P), por parte do diretor do museu do Petróglifo – a estrutura museológica sul-coreana de Ulsan dedicada a gravuras rupestres -, para a realização de uma exposição sobre a Arte Pré-histórica do Vale do Côa.
Para António Ponte, também presidente da FC-P, este convite “é revelador do interesse que a Arte Rupestre do Vale do Côa desperta, não só no nosso país, mas também no estrangeiro”, sendo certo que a oportunidade de expor na Coreia do Sul será igualmente aproveitada “para dar seguimento a uma estratégia de divulgação do património ali existente, quer ao público sul-coreano quer aos visitantes de outras nacionalidades que afluem ao Museu do Petróglifo e à sua envolvente”.
Segundo as contas da Côa Parque, 20% do total de visitantes do Vale do Côa são estrangeiros, sinónimo de que este valioso património mundial pode e deve ser incluído nas rotas mundiais de turismo.
“O Vale do Côa e o seu património constituem o maior conjunto mundial de arte paleolítica de ar livre, pelo que temos vindo a desenvolver um esforço de promoção, com o objetivo de atrair cada vez mais visitantes”, salienta António Ponte.
A iniciava é tida como “uma excelente oportunidade de promoção cultural e turística para a região do Vale do Côa”, cujo potencial deve ser explorado de forma a “assegurar a sua sustentabilidade, não só do ponto de vista da dinâmica cultural, mas também pelas repercussões que daí podem advir para a economia local”.
Inscrito na Lista da Unesco como Património da Humanidade em 1998, o Vale do Côa é considerado pelos especialistas “o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre”.