“O poder autárquico é, de longe, aquele que muitas vezes não é olhado com a verdadeira importância que ele merece”, afirmou hoje o social-democrata que tem o mandato de presidente da Câmara Municipal da Guarda suspenso por ser candidato às eleições europeias de maio.
Álvaro Amaro, que falava no período aberto ao público da Assembleia Municipal da Guarda, onde se despediu daquele órgão autárquico presidido por Cidália Valbom (PSD), disse que “tempos houve” na democracia em que os autarcas de Freguesia, dos Municípios e das Assembleias Municipais pareciam “um poder menor”.
“Depois, o poder local conquistou o seu espaço”, observou o autarca da Guarda com o mandato suspenso.
O social-democrata referiu na sua intervenção, que durou cerca de 23 minutos, que antevê “que o futuro é risonho” para o poder local.
“Ou seja, que o poder local, independentemente de reorganizações administrativas, de reformas do Estado, continuará na linha da nossa grande tradição histórica, muito municipalista, a ter um papel de grande relevo”, observou.
Álvaro Amaro desejou ainda que a democracia e a política nunca deixem “de lhe atribuir este reconhecimento”.
Na sua intervenção, o autarca da Guarda com funções suspensas referiu também que o futuro daquele concelho do Interior do país passa por três projetos estruturantes: por ser um grande centro ferroviário, por ser cada vez mais competitivo no setor da Educação e pela candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027.
A terminar a intervenção, que foi muito aplaudida, desejou “do fundo do coração os melhores sucessos para a Guarda” e prometeu que, esteja onde estiver, estará “sempre presente”.
“Esteja onde estiver, estarei sempre à disposição da Guarda. É aquilo que eu posso devolver com a gratidão [e] o sentimento com que sinto que fui recebido”, declarou.
Álvaro Amaro foi eleito presidente da Câmara Municipal da Guarda em 2013, depois de ter exercido idênticas funções em Gouveia, durante 12 anos.
Na lista do PSD às eleições europeias, o presidente da Câmara da Guarda ocupa o quinto lugar.
Com a suspensão de funções de Álvaro Amaro, o município passou a ser presidido pelo até então vice-presidente Carlos Chaves Monteiro.