O projeto Muxagata Aldeia Sustentável, em curso desde o início do mês, nasceu da “abordagem zero resíduos, de compostagem comunitária e de recolha porta-a-porta de resíduos, uma iniciativa única do género”, refere o comunicado da Associação.
Com esta iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Fornos de Algodres, no distrito da Guarda, a freguesia de Muxagata passa a ter “um sistema de recolha porta-a-porta que encaminhará os biorresíduos para tratamento numa ilha de compostagem comunitária”.
A gestão deste serviço é assegurada por uma equipa municipal que monitoriza o projeto, que é acompanhado pela ZERO, financiado pela GAIA (Global Alliance for Incinerator Alternatives) e supervisionado pela Zero Waste Europe, refere o comunicado.
A recolha porta a porta dos recicláveis, como o vidro, papel e cartão e plástico/metais, é feita mediante a utilização de sacos com as cores verde, azul e amarelo.
E os biorresíduos, como restos de comida das cozinhas e dos jardins são depositados num contentor de cinco litros.
“Os sacos e os baldes foram distribuídos à população durante uma campanha de sensibilização, em que cada alojamento ficou com um conjunto de sacos e o pequeno contentor, identificado com uma referência numérica”.
A ideia é permitir “posteriormente bonificar aqueles que separam adequadamente os biorresíduos”, salienta a associação.
A recolha dos resíduos é assegurada por uma equipa municipal, com o apoio da Junta de Freguesia, e acontece três vezes por semana.
Com este sistema, “os cidadãos da Muxagata podem separar facilmente os resíduos nas suas casas e só terão de colocar os sacos dos recicláveis e o pequeno contentor dos biorresíduos à porta de casa nos dias da recolha”, realça a Zero.
A Associação revela ainda que está já a funcionar uma unidade de compostagem comunitária instalada na freguesia que permitirá tratar a totalidade dos biorresíduos separados pela população.
O objetivo é disponibilizar o composto resultante do processo de compostagem à população para utilização em jardins e hortas, ou possa ser encaminhado para a gestão dos espaços verdes municipais.
A Zero salienta que “o aspeto mais importante” deste novo sistema é que a gestão dos biorresíduos passa a ser efetuada numa ótica de proximidade.
“Não havia qualquer recolha de biorresíduos e estes eram misturados nos resíduos indiferenciados, e transportados até às instalações da Resiestrela localizadas a 100 km [quilómetros] de distância”.
A Associação argumenta que passam “a existir ganhos ambientais e poupanças muito significativas para o Município de Fornos de Algodres, para além de existiram mais garantias de que o composto produzido possui a qualidade adequada para utilizar nos solos sem haver risco de contaminação”.