Em comunicado enviado à agência Lusa, o consórcio Termas do Centro especifica que o estudo investigou as propriedades anti-inflamatórias de 14 águas termais com origem em termas da região Centro e que os resultados confirmam cientificamente que estas águas têm benefícios no alívio de sintomas e no tratamento de diversas doenças associadas a situações de inflamação.
“Os nossos resultados contribuem para a validação científica, pela primeira vez, das propriedades anti-inflamatórias das águas termais da região Centro, usando modelos celulares de inflamação. As conclusões sustentam a utilização das águas termais no tratamento de doenças relacionadas com a inflamação e, ao mesmo tempo, promovem a sua posterior aplicação em produtos cosméticos e dispositivos médicos”, sublinham as autoras do estudo, citadas na nota de imprensa.
A investigação foi realizada por uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (CNC-UC), liderada por Teresa Cruz Rosete e Cláudia Pereira, e conduzida por Ana Cristina Silva, e por investigadores da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI), do grupo de investigação de Ana Palmeira, que trabalharam em conjunto para validar o uso tradicional das águas termais da região Centro.
O trabalho centrou-se nas propriedades anti-inflamatórias de 14 águas termais com origem em termas da região Centro e, a nível laboratorial, células da imunidade inata, mais especificamente macrófagos, foram estimuladas com um agente inflamatório, sendo depois expostas a estas águas.
“Verificou-se, como resultado, a diminuição da produção de mediadores inflamatórios, ou seja, a redução da resposta inflamatória neste modelo celular. Concretamente, das 14 águas termais alvo do estudo, 11 apresentaram uma redução significativa na produção de óxido nítrico, presente em situações inflamatórias”, é referido.
Adriano Barreto Ramos, coordenador da rede Termas Centro, também citado no comunicado, salienta a importância dos resultados deste estudo para as estâncias termais da região, uma vez que investigações como esta “demonstram, de forma científica, o papel das águas termais no restabelecimento da saúde dos aquistas”.
“Além disso, estes estudos abrem caminho ao desenvolvimento de produtos naturais com efeitos anti-inflamatórios, com base nestas águas”, acrescenta.
A investigação contou com o apoio do consórcio Termas Centro, através do projeto PROVERE Valorização das Estâncias Termais da Região Centro.
É da autoria de Ana Cristina Rosa da Silva, Ana Sofia Oliveira, Cátia Vicente Vaz, Sara Correia, Sandra Saraiva Ferreira, Luiza Breitenfeld, José Martinez-de-Oliveira, Rita Palmeira-de-Oliveira, Cláudia Pereira, Ana Palmeira-de-Oliveira e Maria Teresa Cruz, investigadores da Universidade de Coimbra e da Universidade da Beira Interior.
Os resultados do estudo foram recentemente publicados revista “Scientific Reports”.
A rede Termas Centro, cujo promotor líder é a Associação das Termas de Portugal – Delegação Centro – é um projeto cofinanciado pelos programas operacionais Centro 2020, Portugal 2020 e pela União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito da Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE (Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos).
Um total de 20 estâncias termais da região Centro integram o consórcio, representando 60 por cento do mercado nacional, designadamente Termas de Alcafache, Termas de Almeida – Fonte Santa, Termas de Águas – Penamacor, Termas do Bicanho, Caldas da Felgueira, Caldas da Rainha, Termas do Carvalhal, Termas da Curia, Termas do Cró, Termas da Ladeira de Envendos, Termas de Longroiva, Termas de Luso, Termas de Manteigas, Termas de Monfortinho, Termas da Piedade, Termas de Sangemil, Termas de São Pedro do Sul, Termas de Unhais da Serra, Termas de Vale da Mó e Termas do Vimeiro.