A grande questão, é que estes dois milhões de portugueses não serão fáceis de repor, estatisticamente falando, pois as pessoas são todas elas únicas e insubstituíveis.

Dez por cento dos portugueses, mais de um milhão de pessoas, ultrapassou já a bonita idade dos 75 anos.

Esta meta era impensável há bem poucos anos, mas hoje é uma realidade com a qual todos vivemos sem surpresa. Os nossos seniores preparam-se para viver até à mítica idade de 100 ou mais anos. Alguns, certamente lá chegarão, mas outros não. É a lei da vida, por maior que seja a esperança de vida à nascença e a prestação de cuidados médicos associados.

Nos próximos 10 anos, não só vamos registar entre 1 milhão e cem mil a 1 milhão e 300 mil mortes e, paralelamente, parece que a emigração (saída) dos mais novos, embora abrande, não vai parar e poderá nesse período de tempo registar valores próximos das 700 mil saídas do país. Ou seja, registaremos menos quase 2 milhões de pessoas em 10 anos.

A grande questão, é que estes dois milhões de portugueses não serão fáceis de repor, estatisticamente falando, pois as pessoas são todas elas únicas e insubstituíveis.

Assim, na próxima década teremos cerca de 700 mil nascimentos a registar e não parece para já apreciável o número de imigrantes (os que entram) que procuram o nosso país para viver. Ainda assim, nascimentos e imigrantes juntos, não chegarão a um milhão, ou seja, metade dos que vão sair ou morrer nos próximos 10 anos: quase 2 milhões!

Parece, pois, que o cenário demográfico mais negro do INE se vai concretizar já na próxima década. Até agora, nos últimos anos, já vinha o país perdendo por ano cerca de 38 mil pessoas (equivalente à população de todo o Concelho da Guarda, por exemplo) mas agora o problema acentua-se, pois há limites naturais para a longevidade e mais de um milhão atingiu a bonita idade de 75 anos.

Fonte: PORDATA