Presentemente a mulher atravessa uma fase de conturbadas metamorfoses, reclamando o seu contributo dinâmico na decifração e no estabelecimento do seu contentamento, das suas necessidades e das suas ambições junto da família e da sociedade.
Esta conjuntura será certamente favorável para que ocorram várias transformações nas relações familiares e profissionais, contemplando e acarinhando de uma forma voluntária maior actividade e maior “diafanidade” no seu papel de sujeito da sua intrínseca “narração”.
Enquanto sujeito feminino, a mulher já não se descaracteriza, deixando de lado condutas estereotipadas da personalidade e identidade masculina. A mulher procura uma nova e genuína identidade profissional, efectivando a sua peculiaridade e manifestando as suas finalidades e ambições.
Considero que será importante abordar o tema “violência” de género na publicidade, uma vez que as práticas discursivas dominantes colaboram claramente para que a soberania masculina se eternize, consolidando a discriminação das mulheres no círculo público e privado.
A mulher em muitas campanhas publicitárias ou propagandistas está presente como um “presente”, ou seja, para ser “consumida”. Embora esta situação seja boa para o “ânimo”, não o será seguramente para a sua constituição como sujeito.
A imprensa feminina mundial era administrada por timbres basicamente formais. Convencional, conservadora, algo fundamentalista e sem uma insígnia social, esta imprensa progrediu muito vagarosamente.
Aos poucos passou a utilizar procedimentos que colocavam em evidência os ideais associados ao consumo e ao adjacente lucro. O “indigitamento” e a promoção da mulher na circunferência social foram sempre interpretados e admirados como sendo de inferior importância.
A imprensa feminina portuguesa presenciou a origem de variadíssimas exigências femininas, amamentou comportamentos, aparelhos e instrumentos distintos, mas nunca chegou a ser realmente proactiva e inteligente.
Logo, quando examinada nos seus significados mais penetrantes e ilustres, a transmutação tolerada pelo “espelho” da mulher na imprensa feminista foi praticamente inexistente. Contemporaneamente a mudança da mulher no argumento social ainda é diminuta, incluindo poucas componentes de renovação e desorganizados encadeamentos de inovação.
No fundo trata-se de um déjà vu mascarado de recente e de moderno, bem como de uma rotulagem em tons de preto e branco que não questiona, somente aceita.
O exercício feminista deve consistir na avaliação crítica das “dissertações” organizadoras e estruturadoras de um quadro pintado a significados, bem como na interpretação rigorosa da brumosa perspectiva do mundo socialmente alicerçado que factualmente tem excluído e desvirtuado as mulheres.
Os media agrupam princípios e ambiências da realidade, contudo também têm competência para harmonizar, reorganizar e reestruturar essa própria esfera.
A imprensa acabou por convencionar critérios de comportamentos para as mulheres. Esta conjunção foi responsável por um aumento de tensão em diversos “departamentos” da sociedade. Por exemplo a mulher deve em qualquer situação ostentar jovialidade e lepidez, utilizando para o efeito uma série de produtos e serviços. Aquilo que importa é o conjunto das “matérias”, dentro de um domínio de consumo e desembolso, que devem ornamentar a mulher.
Os progressos alcançados na agnição da igualdade de género dependem da consciência feminina, dos seus autênticos direitos, do abandono dos estereótipos, da luta coerente, da altercação comprometida, bem como das particularidades de cada nação e do “arbítrio” político dos concernentes governos.
Torna-se fundamental uma reestruturação da sociedade em que homens e mulheres, com as suas especificidades próprias de importância equipolente e complementária, vão cooperar para o aprimoramento e embelezamento das comunidades.
É essencial que a totalidade das mulheres consiga respirar e evoluir com as experiências e vivências do quotidiano, aprendendo a aproximar e a associar o raciocínio e a emoção com a finalidade de libertar a sociedade, e edificar uma cultura de tranquilidade e de democracia.
Há um sentimento lógico que as mulheres nunca irão abrir mão daquilo que foram conquistando ao longo das últimas décadas como algum poder, jurisdição, independência, autonomia financeira e satisfação profissional, porém continuarão eternamente a reclamar contra um vazio existencial que identificam com o seu “bivaque” emocional e afectuoso.