O homem é um ser dinâmico e interactivo, uma vez que os seus conhecimentos também se “celebram” a partir das relações interpessoais.

A sociedade global e impetuosa em que vivemos agasalha, para além da complexidade, “imponderabilidade”, imprevisibilidade, volubilidade, inconstância e emprego inflamado das modernas tecnologias, uma constante necessidade de informação e conhecimento que faculte aos indivíduos a imprescindível “plasticidade”, criatividade, formação, adaptabilidade e talento analítico.

O homem é um ser dinâmico e interactivo, uma vez que os seus conhecimentos também se “celebram” a partir das relações interpessoais. Portanto, os indivíduos adquirem conhecimento através do “cruzamento” das configurações das façanhas pessoais com os semblantes da história social.

A verdade é que é através da leitura que conseguimos arquitectar cidadãos analistas e observadores. Este requisito assume-se como imprescindível e fundamental para a prática da cidadania, da autêntica democracia e da profícua responsabilidade social, uma vez que somente dessa forma o cidadão é “competente” para interpretar o sentido das incontáveis dissertações que desfilam na “discussão” social. Um indivíduo que se pronuncia, participa nos desígnios da sociedade, faz escolhas tendo em conta as suas convicções, pondera sobre todos os assuntos e tem conhecimento da totalidade dos seus direitos e obrigações será perpetuamente um cidadão melhor preparado para “contemplar” as consecutivas metamorfoses sociais.

Presentemente, com a diversificação dos media, os discentes ambicionam arquétipos de ensino diferentes, mas que talvez não sejam mais “conquistadores”, nem sedutores, que uma proficiente leitura. A educação, que consiste no mais moderno eixo impulsionador do aperfeiçoamento cultural, social e económico, deve acarinhar uma aprendizagem em sucessivo reacendimento e em contínua estimulação, “concitação”, coadjuvação e cogitação. Neste “conclave”, emerge a indispensabilidade de uma leitura verdadeiramente meditativa que permita, não só a obtenção de conhecimento, como também a sua produção e vulgarização. Quando fazemos uma leitura de um jornal, revista ou livro, somente conseguimos decifrar a realidade e produzir conhecimento, se fizermos uma proveitosa interpretação e reflexão. A autêntica e fidedigna leitura jamais poderá adoptar uma fragrância unicamente mecânica e “fabril”, uma vez que essa condição seria responsável pela permanência do leitor no lodaçal do analfabetismo e da agnosia.

Actualmente, e infelizmente, ainda existe uma boa parte da população que não desfruta de automatismos de leitura diária. Esses indivíduos mantêm a sua existência e convivência circunscrita unicamente à correspondência verbal, afunilando, com a aceitação desses padrões, os seus horizontes, perspectivas e ambições.

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