Portugal tem cerca de 4,7 milhões de pessoas empregadas, quando há 10 anos tinha 5,1 milhões. A população total também já começou a diminuir, mas não tão acentuadamente, pois aumentou a esperança média de vida. Mas a população ativa e em idade de procurar trabalho está a diminuir na razão de 40 mil pessoas ano ou 100 pessoas por dia.
A queda em cerca de 400 mil empregados, em 10 anos, neste momento em que o emprego está a crescer, mostra a fragilidade demográfica e social provocada pela diminuição de pessoas em idade ativa. Uma enorme diminuição, portanto.
Num tempo em que as estatísticas e os dados são conhecidos e tratados com segurança, é possível extrapolarmos as situações que se vão verificar no futuro, com baixa probabilidade de erro. E esse futuro, ao nível da população ativa, não é um bom futuro. Mesmo que o desemprego baixe, como hoje felizmente sucede, seremos cada vez menos os portugueses com atividade e a gerar rendimento nacional. Será um grande desafio, lado a lado com as responsabilidades para com a amortização da dívida e os custos sociais inerentes a este quadro de maiores dependências sociais.
Não será uma equação fácil de atingir: o aumento do PIB, com um universo cada vez menor de pessoas em idade ativa.
Mesmo baixando o desemprego, não mais teremos 5 milhões de pessoas a trabalhar. O mundo não será mais o mesmo no nosso país.
(Em milhares de cidadãos)