Recentemente ficou célebre uma frase do actual ministro da saúde, Adalberto Campos Ferreira, em que dizia que “em matéria económica somos todos Centeno”.

Ora, todos nós sabemos os constrangimentos que o sector da saúde hoje vive, o “desinvestimento” real existente em áreas cruciais, basta atentar no mais recente caso das crianças tratadas na parte de oncologia do Hospital São João nos corredores, e mais grave ainda continuar a atribuir culpas a quem lá esteve, ao Governo anterior.
Não só este Governo, mas todos os que o foram ou venham a ser, deviam assumir como regra de uma vez por todas deixar de culpabilizar os antecessores pelo mal que é evidente e gera discórdia e por outro lado vangloriar-se por qualquer resultado mais positivo que surja e, eventualmente, até se deve a trabalho feito há longo prazo por outros.
Como tal, parece-me claro que não será prudente o ministro da saúde dizer que somos todos Centeno, porque de facto não nos devemos orgulhar do que vai mal na saúde em termos de investimento, mas também não me parece nada saudável agora o actual ministro das finanças, Mário Centeno, vir a terreiro dizer que em matéria de contas da saúde “somos todos Adalberto”, até porque toda a gente sabe da questão das cativações que maquilham os números, compõem o orçamento e atacam gravemente os meios disponíveis para quem realmente precisa de cuidados de saúde.
Com Centeno ou sem Centeno, mas sobretudo com muito tino é que devem ser abordadas questões tão prementes como a saúde, a nossa e a das nossas finanças.

Liderança

Este é um assunto que está muito em voga face ao crescente clima que nos faz lembrar o período vivido durante o pós-II Guerra Mundial, a chamada Guerra Fria, tendo como protagonistas os Estados Unidos da América e a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
De facto a liderança é um termo que requer uma profunda análise enquanto termo que encerra um misto de responsabilidade com influência. Um líder tem todo um conjunto de pessoas sob a sua responsabilidade e ao mesmo tempo um conjunto de acções desencadeadas por essas pessoas da sua influência.
Vivemos o clima internacional que vivemos porque temos na liderança de grandes potências mundiais pessoas às quais lhes é reconhecida alguma ligeireza na abordagem de questões de extrema importância e ao mesmo tempo um perfil nada adequado às funções que exercem.
Atentemos em Donald Trump nos Estados Unidos da América, em Kim Jong Un na Coreia do Norte ou em Vladimir Putin na Rússia. Se aos dois primeiros é reconhecido um desequilíbrio assustador e acções inusitadas que deixam adivinhar medidas nefastas, ao terceiro é reconhecida uma experiência de governação sustentada em vários anos, várias fases que transitaram da bipolaridade para a multipolaridade do contexto internacional, sendo o resultado final destas lideranças uma questão em aberta e que aterroriza o mundo.
O ponto crucial, e aquele que importa atentar, é que a liderança é exercida por uns com legitimidade, por outros por tirania, mas fundamentalmente a diferença é que uns exercem essa liderança com base no medo, na ameaça e outros, de forma inteligente, fazem-no com base no respeito.
Será tão mais eficaz e duradoura aquela liderança que assentar as bases no respeito e criação de laços que organizem e prevejam o futuro, em contraponto natural com a liderança baseada no terror, na ameaça que terá o futuro incerto e o seu fim sempre desejado por quem é influenciado de forma directa.
Fica o alerta à navegação, esta ideia será tão válida para organizações à escala internacional, países, como para pequenas associações, clubes ou pequenas organizações.

Bombeiros

Este é um ano de reconhecida relevância para o universo dos bombeiros portugueses. Pelo que no ano anterior se verificou em termos de fogos florestais, com as injustiças que lhes possam estar associadas, pela luta da Liga de Bombeiros Portugueses pela procura de melhores condições, pela tão ansiada revisão da Lei-quadro para o financiamento das associações, pelas mudanças que são necessárias no âmbito da decisão e planeamento, enfim, uma panóplia de questões que fazem do ano 2018 um ano decisivo para as corporações de bombeiros.
Pessoalmente, iniciei este mês mais um ciclo de três anos como Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Almeida, dando continuidade a outros seis anos de trabalho nas mesmas funções e com mais vontade ainda.
Aos elementos que nos deixaram da anterior Direcção fica o profundo agradecimento pelo que fizeram, pela solidariedade demonstrada e a certeza de que para nós eles têm muito valor e sabemos que poderemos sempre contar com eles.
Aqueles que agora se juntam aos novos órgãos sociais, nomeadamente à Direcção, fica um voto de satisfação por terem aceite este desafio e a garantia que trabalharão com uma equipa dedicada e sempre com os bombeiros no pensamento.
Ao Comando deixo, em nome da Direcção, a garantia do trabalho dedicado, honesto, de proximidade e em sintonia que tão bem nos têm caracterizado, com a plena confiança que é reciproca a vontade de levar o nome dos bombeiros de Almeida cada vez mais longe e melhor.