Em tempos de mudança, soluções disruptivas.

Sabemos que durante as crises e as quedas do PIB o desemprego aumenta e com ele baixa a produtividade e o consumo. Aumentam as depressões, os problemas sociais, as dependências e a criminalidade. Tudo isso está suficientemente estudado e mensurado.

Como inverter este ciclo? Situações difíceis, novas, de extremas mudanças, exigem soluções novas.

Sabemos das virtudes de ter mais pessoas no mercado de trabalho. A produção aumenta, o consumo interno também, o bem-estar social idem, caindo as depressões e problemas associados e também a criminalidade, que tão cara nos fica.

Não havendo empregos para todos, seria possível implementar a semana de 4 dias e aumentar em 20% o número de pessoas empregadas?! Em caso de crise se fosse necessário despedir até 20% dos profissionais, nenhum seria despedido!… e por cada 80 novas vagas profissionais teríamos 100 novas pessoas empregadas.

Trata-se de uma mudança radical, que deixa um dia livre por semana para as responsabilidades familiares e acompanhamento da educação dos filhos. Dia esse que também pode ser usado na formação e aquisição de competências pelo trabalhador, para arranjos na habitação ou outros trabalhos; para tratamentos médicos e consultas ou em simples lazer ou descanso.

Na Alemanha os sindicatos estão a propor isso mesmo, semana de 4 dias em lugar do despedimento de até 20% dos trabalhadores. Claro que os salários lá são mais robustos e as pessoas conseguiriam viver com apenas 80% do rendimento. Condição mais difícil entre nós. Se bem que um corte de 20% no salário bruto pode significar bem menos corte no salário líquido, atenta a progressividade dos descontos.

Eu já há muitos anos – noutra crise – escrevi sobre as vantagens, que são muitas:

  • aumentar em 20% as pessoas que trabalham e descontam;
  • diminuir as prestações sociais do Estado sem diminuir o “bolo” tributável;
  • diminuir problemas sociais, dependências próprias do ócio (alcoól, tabaco e drogas);
  • aumentar a auto-estima das pessoas;
  • aumentar o produto (é mais produtivo ter 5 pessoas a trabalhar do que 4, pelo mesmo valor para a empresa);
  • aumentar o número de consumidores, fomentando o comércio interno.

Esse dia livre teria ainda a vantagem de fomentar o empreendedorismo. De um modo geral todos têm um fraquinho por uma outra atividade que não a principal, seja dar explicações, fazer umas horas no comércio, construção civil, conduzir uma viatura de aluguer, cuidar de alguém, trabalhos domésticos, trabalhos oficinais, desenvolver programas informáticos, dar formação ou outras. Desse modo promovia-se legal e legitimamente o empreendedorismo que há em cada um, aumentando também o produto.

Estão preparados?!