As pessoas gostam de falar mal dos políticos e dos partidos políticos, pensando alguns que aqueles não são pessoas confiáveis e que estes estão tomados por interesses em que a ausência de valores é uma realidade.
Diz-se que os partidos políticos vêm-se alheando das pessoas e alguns aprisionaram os aparelhos partidários para só eles sobressairem e serem sempre os escolhidos, ou os que gravitam na mesma órbita de interesses, quer se trate de eleições locais, nacionais ou europeias. Assim não permitem que outra massa crítica venha ao processo, logo perdemos potenciais bons decisores que dessa forma nem estão predispostos para lutas de contornos pouco claros e simplesmente se afastam.
Estes, em sua defesa dirão sempre que são os melhores e os mais bem preparados, seja para elegermos presidentes de câmara seja para elegermos deputados ou outras escolhas para cargos políticos e de responsabilidade. É de responsabilidade que se trata, embora poucos exijam essa responsabilidade e muito menos os escolhidos se prestem a contas.
Dirão também que foi em democracia que se tornaram reis e senhores dos partidos políticos, o que não deixa de ser verdade. E que todos podem fazer esse caminho. Mas todos sabemos que há muito que está afunilado o universo de escolhidos e, sobretudo, dos escolhedores; pois muitos são os que se arredaram dessas lutas que nem sempre são pautadas por transparência.
É neste contexto que surgem os político-dependentes. Porventura uma nova adição, que profissão não pode ser considerada, e que começamos a nivelar os políticos por baixo e não pela nobreza associada ao cargo que, recorda-se, é exercido em nome do povo e para o povo.
Assim, engorda inevitavelmente a abstenção e a fuga para outras latitudes ideológicas, na esperança de que sejam mais puras e ainda não tocadas pelos interesses do sistema.