É obvio que os problemas mais prementes da actualidade se prendem com os efeitos da crise económica.

Começou esta semana uma nova era política com a tomada de posse do 44.º Presidente dos Estados Unidos da América. Trata-se de uma posse seguida com atenções redobradas por todo o Mundo e não só pelos americanos. São enormes as esperanças que muitos depositam numa nova forma de fazer política, nos quais me incluo. Porventura, americanos, europeus, asiáticos e africanos depositaram demasiada esperança na acção que se espera venha a desenvolver a nova Administração Obama. Ele é apenas Presidente dos EUA. O tempo confirmará quantas das mudanças prometidas podem merecer realização. Para já, no Médio Oriente, Israel cessa, a tempo da posse, as operações bélicas que desenvolveu nas últimas semanas contra o Hamas em Gaza. É um bom sinal de pacificação.
É obvio que os problemas mais prementes da actualidade se prendem com os efeitos da crise económica, que se instala como nevoeiro em manhã de Janeiro nas nossas terras altas, cobrindo tudo e todos. Neste momento não há já sector que não tenha sofrido directa ou indirectamente os tormentos do problema.
Quando começámos a escrever estes comentários, em Julho do ano passado, alguns se me dirigiram face ao pessimismo algo exagerado de algumas previsões económicas. Infelizmente, nem eu nem ninguém conseguiu prever tamanha catástrofe económica. Todos pecámos por defeito, todos fomos demasiado optimistas, a começar pelo Governo, que então cantava vitórias antes do fim do jogo, e de tal forma o fazia que nos contagiava.
Actualmente ligámos o “interruptor orçamental” (expressão usada recentemente pelo Ministro das Finanças numa aula) para dar alguma folga que permita enfrentar o aumento do desemprego e outras medidas de apoio social. É uma situação excepcional pelo que logo que a crise seja debelada voltaremos às políticas restritivas de controle orçamental, à estagnação dos salários, à diminuição dos direitos sociais, ao aumento das cargas contributiva e fiscal, à redução do investimento público, ao PRACE, etc.
Entretanto, a empresa mãe do grupo Qimonda pediu a falência na Alemanha, o que poderá vir a afectar 2 mil trabalhadores no nosso país, num sector tecnologicamente avançado e onde seria de esperar que as coisas corressem bem. Também o crédito malparado cresceu para os 3.000 milhões de euros e os Bancos sofreram novas desvalorizações bolsistas. Segue-se agora um período de publicitação de resultados das cotadas, que o mesmo é dizer de conhecimento dos dividendos a distribuir. É pois tempo de antecipar bons investimentos baseados na caça ao dividendo; não se esqueça que a tributação penaliza a detenção especulativa dos títulos por períodos inferiores a um ano.