É curioso que quase todas as previsões do OE estivessem ultrapassadas ao momento da sua aprovação…

O Orçamento do Estado para 2009, ficará na história pela sua brevidade. Mal entrou em vigor (passadas apenas duas breves semanas) e logo surgiu a necessidade imperiosa de ser rectificado. Perdão, dizem tratar-se de um Orçamento suplementar! E então?! Não vai incidir sobre previsões rectificadas?
Ok, também é necessário reforçar verbas para subsídios sociais e de desemprego, mas não deixa de ser rectificativo. A semântica pouco interessará, mas é curioso que quase todas as previsões do OE estivessem ultrapassadas ao momento da sua aprovação. O panorama internacional agravou-se significativamente nos últimos meses, e nós não estaríamos suficientemente atentos, antes insistindo no sucesso das reformas por cá introduzidas e nos resultados daí derivados (escudados no auto-elogio), como se não fosse aberta a nossa economia…
Na Lei que aprovou o OE 2009 rapidamente ficaram ultrapassadas todas as previsões e cenários aí avançados. E foram-no face ao agravamento crescente de toda a conjuntura económica. Começaram a “falir” não só empresas mas os próprios países… É uma situação sem precedentes e nunca antes vivida por quem tem agora idade para ajudar a decidir e a determinar o sentido das coisas.
Se pretendermos encontrar alguns pensamentos económicos mais arrojados ou vanguardistas nas medidas propostas para a saída da crise, deparamo-nos com verdadeiras “loucuras”. Dois prémios Nobel propõem coisas tão distintas como a nacionalização total da banca nos EUA (Paul Krugman), e o funcionamento das regras de mercado com falência da banca de investimentos inglesa e a criação de um sistema financeiro de raiz (Joseph Stiglitz) . Em que ficamos?!
Não será fácil ser economista nos dias que correm, dirão alguns. E os que não são economistas e, de todo, não contribuiram para este estado das coisas?! Como poderão agora ver limitado o direito ao crédito, o acesso aos seguros de crédito para as suas exportações e como poderão pagar spreads elevadíssimos de até 7%?!
Entretanto na Bolsa não se vislumbra qualquer boa oportunidade. Reconhece-se uma valorização da EDP, EDP Renováveis, Galp e PT (talvez mais enquanto acções refúgio), ao passo que na Banca e Grupo Sonae nada de novo, com aquela a cair um pouco mais e este a manter os baixos valores e, consequentemente, um elevado potencial de valorização.