Quem avisa terem findado os tempos de prosperidade é o Ministro da Economia, comentando a não aprovação (pelo menos para já) do plano dos EUA para a crise financeira e a consequente continuação de tempos instáveis nos mercados.
Primeiro os financeiros e depois os outros sectores de actividade, todos vamos ter dias mais cinzentos. Pena que, sendo a crise de ordem financeira, desvalorizem igualmente as empresas não financeiras quando não haveria razão para tal.
Para os Portugueses, que até já vinham habituados a crescer pouco ou a viver em estagnação, não virá grande pesadelo – tirando os inevitáveis aumentos das prestações da casa. Já os nossos principais parceiros económicos – Espanha, Alemanha e França – vão agora ficar como nós já estávamos. E depois?
Não se sabe bem porquê, mas em Portugal andamos quase sempre a contra ciclo, divergimos quando os outros crescem e, por vezes (como hoje está a acontecer), crescemos quando o vermelho alastra nas Bolsas mundiais. Ou é porque a nossa economia é pequena de mais para sofrer os abalos internacionais, ou porque andamos mais desatentos e confiantes, e só mais tarde – por vezes tarde de mais – reagimos com a frieza que as situações económicas exigem. É como se não tivéssemos as mesmas responsabilidades que exigimos que os outros tenham.
O certo é que, esfriando a economia dos nossos parceiros, não é expectável que possamos, em contra ciclo, crescer quando eles caem. Por isso o aviso sereno do Ministro da Economia de que acabaram os tempos de prosperidade. Acabaram sim, mas já há muito tempo…