O certo é que os investidores – incluindo os mais avisados, os institucionais – fogem da Bolsa, que cai quase a pique.

Neste momento particularmente difícil da economia mundial, a economia portuguesa parece não estar a ser atingida pelos nefastos efeitos das falências e das nacionalizações que vão ocorrendo na Europa e nos EUA. Mas trata-se de mera aparência, pois o desempenho bolsista deixa transparecer muitos problemas. As maiores empresas do PSI 20 dão o maior “tombo” desde que o índice bolsista existe.
É a Bolsa pintada de vermelho. Todos os títulos sem excepção. Racionalmente falando, uma crise financeira não deveria desencadear por si só uma crise económica. Há muitas empresas, da nossa economia tradicional, que não perderam clientes, não baixaram os volumes de negócios, mantiveram produção e comercialização e, mesmo assim, são arrastadas para o vermelho pela crise financeira.
Aprovados vários planos dos Bancos Centrais e dos Governos, e outros anunciados para breve, para contrariar os nefastos efeitos da crise, o certo é que os investidores – incluindo os mais avisados, os institucionais – fogem da Bolsa, que cai quase a pique.
É uma situação jamais vista. Não que não tenham ocorrido outras quedas em momentos anteriores, mas porque atinge enormíssimos valores e porque arrasta todos os sectores de actividade. Em Portugal, o Primeiro-Ministro já veio a público assegurar os depósitos bancários, mas, diz-nos a história, que quando os políticos têm de afirmar o que não necessitaria de qualquer garantia, é porque a coisa poderá estar para arrefecer ainda mais.
As poupanças em PPR com risco, expostos a produtos financeiros e acções, perdem igualmente valor, assim como os Fundos de Investimento em mercados emergentes ou os BRIC (Fundos que investem em activos do Brasil, Rússia, Índia e China). Como igualmente perdem valor as indústrias, as imobiliárias, o retalho e a distribuição, face às esperadas quebras consumistas. É um não mais findar de perdas!…