Da escalada dos preços das casas até ao rebentamento de uma eventual bolha vai um grande espaço temporal.
Sejamos claros, se os preços sobem pela procura externa (vistos gold e reformados da Europa, para aproveitarem os benefícios fiscais, não haverá perigos à vista. Sobem agora e depois estabilizam, podendo corrigir com a queda da procura. Nada de grave, tirando o crescente número de pessoas que, continuando a trabalhar em Lisboa, têm de ir viver para a área metropolitana, engrossando as filas…
Mas, se os preços também estiverem em alta pela procura interna, e se forem alavancados em crédito bancário, aí já poderá ser bem diferente se houver problemas no futuro. Os juros vão subir… e as casas, não têm para nós portugueses aquele valor de mercado. Os salários não tendem a crescer para o infinito…
E, sejamos claros novamente, os materiais aplicados na construção não estão mais caros, os ordenados também não. Subir nesmo, só os custos de contexto, impostos, taxas, energia e combustíveis; pelo que nada justifica que um apartamento de 100 m2 possa custar meio milhão de euros…
Se esta procura fosse verdadeira e sustentável, a nova construção já estaria a oferecer casas ao mercado e tal não acontece, ainda…
A demografia diz-nos que somos menos 30 mil portugueses em cada ano… os casamentos diminuem… os portugueses no ativo também vão diminuir…
Necessariamente, nao precisamos de tantas casas que façam os preços disparar. E de cada vez que os preços disparam em Lisboa, Algarve e Porto, acabam por baixar no resto do país…