A política é a arte de transformar ideais em realidades, exerce-se em nome dos outros e para os outros, esperando-se reconhecimento é certo, mas sobretudo realizando sonhos e utopias, em nome do bem-estar colectivo. Mas para se exercer lugares públicos, em democracia representativa, primeiro tem que se conquistar um partido.

Passado o momento eleitoral para o Parlamento Europeu, abriu-se a luta interna – já previamente anunciada – para a liderança de um dos partidos que durante mais tempo governou no nosso país, o partido socialista.

 

Muita gente não compreende como pode alguém que há 8 meses ganhou a Câmara Municipal de Lisboa e se comprometeu para 4 anos de governação da cidade e está já perfilado para liderar o PS e as consequências que daí resultam: ser candidato a Primeiro-Ministro já daqui a um ano; e se não for essa a estratégia?!

 

Tenho para mim, que Antonio Costa poderá não querer ser candidato a Primeiro Ministro e sim a Presidente da República. Agora, com esta simulação, contará espingardas e unirá muitos socialistas à sua volta, perderá no partido (cujas bases estarão mais afectas ao António José Seguro) e transformar-se-á num D. Sebastião nacional, sendo depois levado ao colo por todos os portugueses para Presidente da Republica.

 

Esta situação não é nova. Antes de Passos Coelho ganhar o partido, já tinha ganho o país e foi daí que partiu, com o povo a influenciar o voto dos militantes, que o acabaram por eleger Presidente do PSD e depois Primeiro-ministro.

 

António Costa vai concorrer ao partido, que não ganhará, mas que não hostilizará…mas toda a imprensa e o povo vão aclamá-lo; e daí às Presidenciais de 2016 vai um pequeno passo.

 

Ele sabe que as próximas Legislativas poderão ditar necessidades de maiores entendimentos e consensos e quererá vir a ser o Presidente da Republica que os promove, atenta também a sua vasta experiência política. Será Presidente da República e Primeiro Ministro ao mesmo tempo (sobretudo com um líder socialista à frente do governo)…

 

Nesta estratégia, a existir, apenas falta colocar o Eng. António Guterres, candidato “natural” à Presidência da República. Se António Costa estiver mesmo a colocar-se para Primeiro-ministro, terá certamente já acordo prévio para as Presidenciais com o António Guterres.