Vai. É uma indústria muito importante para que possamos deixar de tudo fazermos para a recuperar. São muitos empregos que dela dependem direta ou indiretamente e cada vez haverá mais turistas. Basta pensarmos que há países enormes que só agora passaram a emitir turistas; a China e a Índia, por exemplo.
Mas não será um processo assim tão linear. O presente ano está praticamente perdido e a recuperação pode não acontecer como todos desejamos. Vai demorar 3 a 4 anos a voltar aos valores altos de 2019. Por um lado, os que mais viajavam: terceira idade e jovens estudantes – estes aproveitando as low cost – poderão não regressar já às viagens, e por motivos diferentes. Aqueles, de já tanto terem viajado, tenderão a dar mais valor aos seus territórios, onde se sentirão mais protegidos das pandemias (esta ou outras) e onde até já melhoraram as condições de habitabilidade para aí passarem períodos mais longos. Já os jovens começam a tomar mais consciência dos limites que a sustentabilidade ambiental sugere.. e viajar constantemente poderá já não ser o maior dos sonhos…
Esta pandemia contrariou muito a globalização. Os países fecharam-se e não é de um dia para o outro que vamos retomar a abertura. E quanto ao turismo interno? Haverá vontade de ser turista, mas faltarão também os meios para se viajar. A crise económica ainda está aí, ainda que escorada em moratórias de créditos e subsídios. Os impostos estão elevados e por aí se vão manter. Em vez de pensarmos em viajar, temos mesmo é de pagar a TAP. Ou seja viajamos um pouco, em custos, mas sem sairmos do lugar…