A Ciência Política tem espaço para interpretação e estudo dos recentes fenómenos ocorridos em Espanha e Itália em matéria de representatividade. Na democracia representativa 24% chegam para se ter legitimidade governativa?!
Quando se vota nos grandes representantes, esse mandato inclui todas as alianças futuras e mudanças estratégicas de posição?
A ideia passa a ser: votar e delegar toda a legitimidade e confiança para que os deputados eleitos estabeleçam depois as alianças que entenderem a cada momento, independentemente do posicionamento ideológico de partida?!
O sistema parlamentar é isso mesmo? Mas então, esse quadro tem de estar presente ao momento das eleições, dirão alguns politólogos.
Há grupos ideológicos que jamais pensaram estar do mesmo lado (quer em Espanha quer em Itália). Será isso uma desautorização do sentido de voto dos eleitores?!
Quem ganha perde e quem perde passa a vitorioso táctico?
Se o sistema de representatividade passa a ser este – em prejuízo da clarificação eleitoral – muitos eleitores vão mudar de partido em cada eleição. O populismo tenderá a afirmar-se e a credibilidade dos eleitos poderá perder os já poucos créditos de que goza…