Depois faltará saber se o Chipre e Portugal se lhe seguirão. Neste caso, deveríamos ensaiar um prévio perdão parcial da dívida; contudo, entre os maiores credores de Portugal estão os Bancos portugueses, que se endividaram lá fora, para financiarem o Estado português a taxas mais elevadas, ganhando na intermediação financeira. Na Grécia os bancos portugueses fizeram o mesmo e em lugar de ganharem, com o perdão parcial de dívida àquele país, registaram perdas astronómicas, que trouxeram as ações para “cêntimos”, e dificilmente aguentariam agora idêntico esforço. Sair do Euro, para reganharmos autonomia monetária que permitisse ganhos de competitividade pela desvalorização cambial, seria, pois, uma tragédia com falência em catadupa de várias Instituições, desde logo as financeiras. Sair do Euro sem um perdão parcial da dívida – expressa em Euros – aumentaria o valor em dívida na exata medida da desvalorização da moeda lusa adotada ao momento da saída do Euro. Fala-se em 40% de desvalorização… Ficaríamos todos com 60% do rendimento atual… Se a subida das taxas do IRS são dolorosas, imagine-se… Não adianta caminhar para o abismo da saída do Euro e ver aí qualquer oportunidade.
A UE está preparada para que um ou dois Estados deixem a zona euro; e a Grécia será, inevitavelmente, o primeiro.