O presidente da Câmara, Rui Ventura, considerou que o documento, aprovado na segunda-feira, é “rigoroso e o mais realista possível”.
O autarca social-democrata explicou à Lusa que a estratégia foi não colocar no orçamento projetos que são estruturantes, mas “não se tem a certeza de que vão ser iniciados” em 2024. “Estão contemplados, mas não os colocámos no orçamento porque não sabemos se vão ser iniciados e para não inflacionar o orçamento. Se a oportunidade surgir, podemos puxar para o orçamento”, precisou. Aquele autarca do distrito da Guarda deu o exemplo do investimento na área da habitação no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). “Nós não sabemos se vamos assinar este ano. Não sabemos que financiamento é que vai entrar e se a execução vai ser feita em 2024. Não podemos estar a dotar o orçamento com oito milhões para depois não haver execução. Fomos o mais rigorosos possível”. Rui Ventura justificou que a estratégia foi conter o orçamento para que depois não haja deslizes em termos daquilo que é a execução.
O autarca revelou que a Câmara de Pinhel foi aquela que na Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela executou 100% dos fundos comunitários e é uma das 10 na região Centro. “É um sinal de que estamos preparados e neste momento todos os projetos estão praticamente prontos para assim que houver oportunidade”. Na área da habitação, a autarquia de Pinhel prevê a aquisição e recuperação de edifícios a custos controlados para arrendamento de 49 fogos, num investimento que ronda os oito milhões de euros. O autarca destacou a prioridade da ampliação da zona industrial, onde não há nenhum lote disponível para novas empresas, porque “nada funciona se não houver emprego, se não houver economia”. Assinalou ainda a construção de uma ponte de acesso à zona industrial pela parte norte do concelho e de uma via para aceder diretamente sem ter de entrar na cidade.
O município volta a realizar em 2024 a Feira Medieval que passa a ter lugar de dois em dois anos e “não deixa para trás” nenhum dos outros grandes eventos. “É uma prioridade para nós. Pinhel tem crescido muito do ponto de vista turístico e só se consegue fazer isso quando há visibilidade. A única forma de dar visibilidade ao concelho é através dos eventos”, argumentou Rui Ventura.
Na área do turismo, o autarca evidenciou ainda a aposta em mais quatro miradouros e na única praia fluvial do concelho que vai surgir no curso do rio Côa, em Vale de Madeira.