Museu e Parque Arqueológico do Côa batem recorde de visitantes em setembro e ultrapassam 2022

O PAVC atingiu cerca de 16.000 pessoas, o que corresponde ao número de visitantes permitido, para controlo dos impactos ambientais no local.

O Museu do Côa e o Parque Arqueológico somaram 70 mil visitantes de janeiro a setembro deste ano, o que ultrapassa em 26% o total de 2022 e representa o melhor registo de sempre, disse a fundação à agência Lusa.

Nos primeiros nove meses de 2023, o Museu do Côa atingiu 54 mil visitantes e o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PACV) somou 16 mil, que incluem as 2.300 pessoas que visitaram o sítio arqueológico do Fariseu, aberto ao público no verão, segundo os dados avançados à Lusa pela presidente da Fundação Côa Parque, Aida Carvalho.

“O ano de 2023 foi o melhor de sempre em termos de visitantes, quer de nacionais como de estrangeiros, tanto nas visitas ao Museu do Côa, como ao Parque Arqueológico do Vale do Côa”, explicou Aida Carvalho, adiantando que o número se reparte igualmente entre portugueses e estrangeiros, com estes a ultrapassar os 48%.

A presidente da fundação acrescentou que, no PACV, “a abertura das visitas ao sítio de arte rupestre do Fariseu, com recurso à embarcação eletrossolar foi, talvez, o motor que levou a este sucesso”.

Em apenas três meses – junho, julho e agosto – visitaram o sítio do Fariseu cerca de 2.300 pessoas. Este sítio arqueológico, um dos locais mais emblemáticos da Arte do Côa, com 30.000 anos, apresenta o maior auroque do mundo (boi selvagem) picotado na rocha, e passou a receber visitas diárias a 08 de junho.

“Em cada dia passaram pelo sítio do Fariseu quatro grupos compostos por 11 pessoas” cada, disse Aida Carvalho.

Este número, em termos médios, permite atingir os 2.300 visitantes em 52 dias, tendo em conta os dados das visitas diárias adiantadas à Lusa.

“Uma das notas a destacar é que o preço do bilhete para visitar em viaturas todo o terreno ou de barco é o mesmo. Esta foi a escolha prioritária dos visitantes do Côa”, destacou ainda a presidente da fundação.

O PAVC atingiu cerca de 16.000 pessoas, o que corresponde ao número de visitantes permitido, para controlo dos impactos ambientais no local, classificado Património Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

“Estamos a falar de um património sensível e, por esse motivo, temos um número de visitantes limitado tendo em conta a pegada ambiental”, explicou a presidente da Fundação Côa Parque.

Quanto ao Museu do Côa, mobilizou mais de 54 mil pessoas, com exposições como “Dark Safari”, primeira mostra da itinerância da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), inaugurada em fevereiro, e “Todos os Animais”, de Luís Paulo Costa, que se encontra patente na instituição desde agosto.

A exposição “Dark Safari” somou 38.500 visitantes nos seus dois polos – o Museu e o Centro Cultural de Foz Côa – e sucedeu à mostra “Graças Morais: Mapas da Terra e do Tempo”, vinda de 2022, que se mostrou então a mais visitada de sempre desde a existência do Museu do Côa (2010), atingindo 37.000 visitantes, no início deste ano, quando encerrou.

No próximo mês de dezembro, como a Fundação Côa Parque adiantou esta semana à Lusa, o Museu do Côa vai inaugurar uma exposição com 80 obras da artista Paula Rego (1935-2022), organizada com a Casa das Histórias Paula Rego. A mostra deverá ficar patente até ao final de julho do próximo ano.

Os números de visitantes são dados a conhecer numa altura em que a Fundação se prepara para assinalar os 25 anos da inscrição dos Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa, na lista do Património Mundial da UNESCO.

O sítio do Fariseu, até este ano, era apenas visitável no verão e com recurso a viagens em caiaque. Com a construção de um cais, completamente integrado na paisagem, este local passou a ter visitas diárias regulares com recurso a uma embarcação eletrossolar.

O painel onde se encontra ‘picotado’ o maior auroque do mundo, que inicialmente tinha 3,5 metros visíveis, veio a revelar uma extensão de 10 metros de comprimento, na investigação dos arqueólogos do PACV. A viagem percorre cerca de cinco quilómetros do rio Côa, entre a Canada do Inferno e o Fariseu.

Para 2024 está prevista a abertura de novos núcleos de arte rupestre no Vale do Côa, na Ribeira dos Piscos, e o núcleo da Quinta da Barca, em Castelo Melhor.

O PAVC detém mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 30.000 anos, cada vez mais expostas a adversidades climatéricas e geológicas.


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