O autarca revelou à agência Lusa que o serviço prestado pelo cartão municipal de saúde, através do qual a autarquia disponibiliza consultas médicas de diversas especialidades, está a registar uma grande afluência.
Carlos Condesso apontou que, dada a falta de resposta no centro de saúde, os utentes têm recorrido àquele serviço, formando-se filas de espera para serem atendidos.
Condesso relatou que o serviço está a atrasar muito e a bloquear a resposta devido ao fluxo de doentes, e reconheceu o esforço e enorme profissionalismo dos três médicos do centro de saúde, mas que, na sua opinião, são insuficientes para dar resposta a todos os utentes do concelho.
Além disso, os clínicos estão “à beira da reforma” e a qualquer altura os utentes “podem ficar sem médico de família”.
O autarca acrescentou ainda a preocupação com a assistência os turistas que chegam ao concelho, nomeadamente de barco a Barca D’Alva.
“São centenas de turistas. Os bombeiros demoram a chegar 30 minutos a Barca D’Alva. E mais 30 minutos para chegar a Figueira. Se aqui não houver resposta e for necessário ir para o hospital da Guarda é mais uma hora”, estimou o autarca.
O presidente da Câmara realçou que esta é a sede de concelho que demora mais tempo a chegar ao hospital da Guarda.
“Não quero que ninguém perca a vida por causa do tempo de socorro. Estamos no interior, mas não queremos ser abandonados”.
A Câmara Municipal tem tentado alertar a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, reclamando “uma solução para o problema”.
À Lusa, a ULS da Guarda garantiu que “os cuidados de saúde à população de Figueira de Castelo Rodrigo e de todos os outros concelhos da área de abrangência da ULSG estão assegurados”.
Em resposta escrita, o Conselho de Administração da ULSG explicou que “se tem desdobrado em contactos para dotar de mais médicos os centros de saúde e continuará a fazê-lo”.
Lembrou que “o Governo tem já há muito tempo incentivos para todos os médicos que se queiram instalar no interior do país” e que por parte da administração da ULS “haverá sempre a maior recetividade em acolher novos profissionais que se queiram fixar na região”.
Acrescentou que está, “no entanto, a envidar todos os esforços no sentido de mitigar os efeitos negativos da redução de médicos”.