Castelo Branco, Guarda e Viseu passam de seca severa a fraca

O ano hidrológico terminou com um défice de precipitação de -393.8 milímetros e é o terceiro mais seco desde 1931, depois de 2004/2005 e 1944/1945.

O Governo anunciou na sexta-feira, 14 de outubro, que houve uma diminuição da situação de seca meteorológica em todo o território face a agosto, frisando que em alguns locais dos distritos da Guarda, Viseu e Castelo Branco passaram de seca severa para seca fraca.


A situação foi anunciada na sexta-feira pelos ministérios do Ambiente e da Ação Climática e da Alimentação e Agricultura no seguimento da reunião interministerial da seca, realizada, em Castelo Branco.


“O ano hídrico de 2021/22 foi excecionalmente seco na Europa, com grande impacto na Península Ibérica, verificando-se em Portugal cinco ondas de calor. Esta é uma das situações de seca hidrológica mais grave deste século, devido à conjugação de invulgares temperaturas e fraca precipitação. Este é o quinto ano seguido com precipitação abaixo da média”, lê-se na nota final da reunião.


Segundo os dados disponibilizados, o ano hidrológico terminou com um défice de precipitação de -393.8 milímetros e é o terceiro mais seco desde 1931, depois de 2004/2005 e 1944/1945.


Em termos de situação hidrológica, entre 22 de agosto (data da reunião interministerial anterior) e 10 de outubro, a reserva de água no conjunto das 80 albufeiras monitorizadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) reduziu 167 hectómetros cúbicos.


“Apenas nas bacias do Lima, Cávado, Douro e Sado se observou, a 10 de outubro, uma ligeira subida relativamente a 22 de agosto”, lê-se na nota.


Na região do Algarve, as seis albufeiras monitorizadas têm um volume de cerca de 145 hectómetros cúbicos, o que corresponde a 33% da capacidade total.


Estas albufeiras têm cerca de menos 82 hectómetros cúbicos do que em o1 de outubro de 2021, início do ano hidrológico anterior.


Segundo o Governo, este armazenamento garante ano de abastecimento para consumo público.


Os ministros sublinharam ainda que as 93 medidas adotadas para combater a seca distribuem-se por 34 de governança, 34 no lado da procura e 25 do lado da oferta.


Já os planos de contingência implementados pela primeira vez, em todos os aproveitamentos hidroagrícolas públicos permitiram avaliar as disponibilidades hídricas em função das necessidades e ativar preventivamente as medidas necessárias.


“Nesse sentido das 44 albufeiras monitorizadas, 37 permitiram assegurar a campanha de rega de 2022 e foram tomadas as medidas necessárias e preventivas nas sete albufeiras com limitações de disponibilidade de água”.


No Algarve e Alentejo, Bravura, Santa Clara, Campilhas, Fonte Serne e Monte de Rocha e no Norte, Arcossó e Vale Madeira.


A preparação da campanha agrícola outono/inverno e da campanha de rega 2023 acontece com o reforço da monitorização das albufeiras dos regadios públicos, que foi alargado de 44 para 64 albufeiras.


No âmbito da promoção da gestão eficiente de recursos, para além do caderno de campo digital, foi ainda destacado o aviso aberto, até dia 21, para promoção da agricultura de precisão e inteligente e instalação de zonas de preparação/tratamento de resíduos de produtos fitofarmacêuticos.


Com uma dotação de 24,5 milhões de euros, será assegurado um apoio até 60% do investimento em agricultura de precisão, a taxa máxima admitida no Programa de Desenvolvimento Rural 2020.


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