Fundação José Saramago galardoada com o Prémio Eduardo Lourenço

O Prémio Eduardo Lourenço, no valor de 7.500 euros, foi criado em 2004 pelo Centro de Estudos Ibéricos.

Decorreu ontem, dia 13 de setembro, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL) a sessão de entrega do Prémio Eduardo Lourenço que galardoou, este ano, a Fundação José Saramago.


Nesta sessão estiveram presentes o ministro da Educação, João Costa (através de videoconferência), a diretora regional de Cultura do Centro, Susana Menezes, o presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, a presidente da Fundação Saramago, Pilar Del Río, familiares de Eduardo Lourenço, representantes da Universidade de Coimbra e de Salamanca, do Politécnico da Guarda, professor Carlos Reis e diversos representantes de entidade do distrito.


O presidente da Câmara Municipal da Guarda abriu a sessão referindo que “José Saramago e Eduardo Lourenço têm uma singularidade em comum, apesar de residirem alguns anos fora do território nacional, o seu pensamento, a sua escrita e saudade revelam o seu amor a estes dois países e à sua península ibérica”, tendo ambos um “um conceito de ibéria que lhes seduzia o ideário”.


Sérgio Costa aproveitou também para afirmar que este prémio associou os “dois nomes maiores da cultura portuguesa contemporânea”.


O mesmo edil adiantou que o Centenário do Nascimento de Eduardo Lourenço será celebrado a 23 de maio de 2023, numa programação que terá início na Guarda.


A organização das comemorações é da responsabilidade do Município da Guarda, Universidade de Coimbra, Universidade de Salamanca, Instituto Politécnico da Guarda e do CEI, contando com a colaboração de entidades nacionais e internacionais.


O ministro da Educação, João Costa, através de videochamada, felicitou Pilar Del Río “por este prémio, por este justo reconhecimento”, associando esta iniciativa ao dia em que se iniciou o ano letivo no país.


O elogio à Fundação foi feito por Carlos Reis, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Comissário das Comemorações do Centenário de José Saramago e galardoado com o Prémio Eduardo Lourenço de 2019.


Carlos Reis afirmou que o júri reconheceu “o importante trabalho da Fundação José Saramago” em torno de um “iberismo cultural e afetivo e, também, como entidade a quem cada vez devemos mais no tocante à promoção da cultura em Portugal e em Espanha e à defesa e difusão da Declaração Universal dos Direitos Humanos”.


A presidente da Fundação premiada, Pilar Del Río, sublinhou no seu discurso que este Prémio é “o reconhecimento da amizade. Amizade entre povos ibéricos, Portugal e Espanha, que estão na origem deste prémio, e também a amizade entre José Saramago e Eduardo Lourenço”.


Aproveitou ainda para recordar as circunstâncias em que o escritor e o ensaísta se conheceram, e que “é magnífico que no Centenário [do Nascimento de José] Saramago os nomes se voltem a unir” com esta distinção. “E penso que nos honra que nos lembremos dela e recordando-a, quando fisicamente [José Saramago e Eduardo Lourenço] já não estão entre nós”, vincou.


A sessão foi encerrada pela Diretora Regional de Cultura do Centro, Susana Menezes, em representação do ministro da Cultura, que concluiu dizendo que com a cerimónia e distinção “celebramos e vivificamos dois nomes maiores da cultura portuguesa”, e que “não podia o Prémio Eduardo Lourenço ser melhor entregue: das mãos de um, para as mãos de outro”.


O Prémio Eduardo Lourenço, no valor de 7.500 euros, foi criado em 2004 pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI) e destina-se a distinguir personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas.


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