O projeto da Eurocidade “Porta da Europa”, que abrange as vilas de Almeida e de Vilar Formoso, no distrito da Guarda, e as localidades espanholas de Fuentes de Oñoro e Ciudad Rodrigo, foi hoje apresentado numa sessão realizada na fronteira de Vilar Formoso, no dia em que as fronteiras terrestres entre os dois países foram reabertas após um período de encerramento devido à pandemia causada pela covid-19.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Almeida, António José Machado, o projeto eurocidade Vilar Formoso/Fuentes de Oñoro/Almeida/Ciudad Rodrigo constitui “um passo importante” para a definição de “uma estratégia de desenvolvimento económico” do território abrangido.
A iniciativa também é encarada como mais um contributo “em prol da cooperação” transfronteiriça, pois permitirá realizar um trabalho conjunto para a dinamização empresarial, a planificação e gestão conjunta de recursos humanos em determinadas áreas e o desenvolvimento de um plano de feiras e eventos.
Tem como objetivos, entre outros, estabelecer mecanismos de gestão e revalorização do território, com capacidade de fixar e atrair população, de criar e consolidar dinâmicas de emprego, bem como garantir a fixação de investimento de base produtiva e “implementar medidas que eliminem ou minimizem os custos de contexto que tanto penalizam as empresas e os cidadãos” locais.
A Eurocidade “Porta da Europa” terá sede em Vilar Formoso e a sua presidência será rotativa, por um período de dois anos, iniciando a atividade com a liderança do presidente do município de Almeida.
Na cerimónia de apresentação do projeto, o autarca de Ciudad Rodrigo, Marcos Iglésias, disse que o mesmo vai permitir, apesar da divisão política dos dois países, reivindicar “uma série de aspirações comuns”, com a perspetiva do desenvolvimento económico.
Segundo o responsável, trata-se de um projeto que “está assente na esperança”.
Para Isidoro Alanis, autarca de Fuentes de Oñoro, a eurocidade vai permitir “dar a volta” a vários problemas verificados no seu território, referindo que a região será, provavelmente, “a mais deprimida, mais pobre e mais abandonada” pelas instituições de Espanha.
Na sua opinião, a eurocidade vai trabalhar para “tentar atrair empresas e criar postos de trabalho”.
Acácio Alves, secretário da Junta de Freguesia de Vilar Formoso, admitiu que o projeto servirá “para trazer pessoas” para o território.
O autarca desejou que o mesmo “seja uma oportunidade” para que Vilar Formoso e Fuentes de Onõro “se consigam desenvolver mais do que até agora”.
“Esperamos que a criação desta eurocidade traga para Vilar Formoso e para Fuentes de Oñoro aquele desenvolvimento que todos sentimos que não temos”, rematou.
Após a cerimónia, que também incluiu a assinatura do protocolo de constituição da Eurocidade “Porta da Europa”, os autarcas e os representantes de várias entidades presentes realizaram um ato simbólico de reabertura da fronteira, que esteve fechada desde o dia 16 de março, devido à pandemia causada pela covid-19.
O programa terminou com um minuto de silêncio pelas vítimas da pandemia.