Estes prémios surgiram pela primeira vez este ano, integrados na sexta edição do Port Wine Day (Dia do Vinho Porto), uma iniciativa do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) que começou no sábado com uma grande prova de vintages 2017 e terminou na terça-feira com o jantar Douro + Sustentável no Museu de Lamego.
“Tais distinções premeiam projetos que conseguiram destacar-se na preservação do território duriense”, com ênfase na “promoção da vitalidade da região, do esforço das comunidades locais e do envolvimento de todos na salvaguarda de uma paisagem única”, explicou o IVDP num comunicado enviado à agência Lusa.
A Real Companhia Velha conquistou o prémio da categoria Viticultura, a enóloga Luísa Borges venceu o da Revelação, Mateus Nicoulau de Almeida o de Enologia e a Quinta do Vallado levou o da categoria Enoturismo.
O IVDP salienta que “a Real Companhia Velha tem um percurso de mais de duas décadas na recuperação de castas autóctones do Douro, algumas das quais desconhecidas, outras pouco investigadas e uma grande parte em processo de extinção” O prémio que lhe foi atribuído é uma homenagem ao “trabalho de investigação e desenvolvimento levado a cabo pela equipa de viticultura e enologia” da empresa.
A enóloga Luísa Borges, distinguida com o prémio Revelação, adotou a região duriense com apenas 23 anos para liderar a empresa Vieira de Sousa, um “projeto familiar produtor de Vinho do Porto há cinco gerações” que em 2008 começou a produzir Vinho do Porto e cinco anos depois brilhou com um vintage 2011 numa prova do IVDP.
“Luísa Borges é hoje um nome a reter no universo dos Vinhos do Douro e do Porto”, conclui o IVDP.
Mateus Nicolau de Almeida distinguiu-se com “vários projetos de raiz, que incluem uma adega subterrânea, enologia sustentável e práticas agrícolas menos convencionais” e os seus vinhos Trans Douro Express (tintos) e Eremita (brancos) “revelam um Douro carregado de potencial no campo da viticultura e dos terroirs”.
O enólogo explica que os Trans Douro Express procuram refletir “as características climáticas” das subregiões do Douro, Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, ao passo que os Eremitas, vinhos brancos de parcelas distintas e de uma só casta, rabigato, expressam “diferentes características do solo de origem”.
A Quinta do Vallado foi distinguida na categoria Enoturismo devido à “transformação da casa senhorial datada de 1733 num hotel vínico” dentro do perímetro da referida propriedade, localizada no Baixo Corgo”, e à posterior a abertura do Hotel da Casa do Rio em Vila Nova de Foz Côa.
As duas unidades hoteleiras materializam a “oferta do projeto de enoturismo dos tetranetos de Dona Antónia Adelaide Ferreira e têm como denominador comum o “respeito pela natureza, conservando os processos biológicos integrados essenciais aos ecossistemas”.
O IVDP afirma que a edição deste ano do Port Wine Day teve como objetivo “festejar os 263 anos da Região Demarcada do Douro que, e para além dos socalcos, das vinhas e do rio, abarca também o vasto património arquitetónico e monumental”.