Cadeira de esqui adaptado vai chegar à Covilhã

A Fundação do Desporto aprovou na segunda-feira o financiamento de uma cadeira de esqui adaptado, para que pessoas com mobilidade reduzida possam praticar a modalidade.

A Fundação do Desporto aprovou na segunda-feira, durante a reunião do Comité Executivo, o financiamento de uma cadeira de esqui adaptado, para que em Portugal pessoas com mobilidade reduzida possam praticar a modalidade.

A informação foi hoje adiantada por João Marrana, vice-presidente da Fundação do Desporto, que no último sábado, durante a gala da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP), realizada nas Penhas da Saúde, Covilhã, teve conhecimento desta aspiração.

Segundo João Marrana, a verba para a aquisição do equipamento, que ronda os cinco mil euros, fica de imediato disponível, a tempo de a cadeira de esqui adaptado poder ser utilizada já esta época desportiva.

“Da parte da Fundação do Desporto, a federação, se a quiser, tem a cadeira já amanhã. A transferência será feita mal nos tragam a fatura”, realça João Marrana.

O vice-presidente da Fundação dos Desportos tem prevista para breve uma reunião com Pedro Farromba, presidente da FDIP, sedeada na Covilhã, com o objetivo de acertar os pormenores, já que terá de ser a federação a escolher o modelo do equipamento, e mostra-se satisfeito por mais gente poder vir a praticar esqui.

“A Federação do Desporto tem como um dos seus objetivos que todas as pessoas tenham acesso, nas mesmas condições, à prática desportiva”, realça o responsável. “A necessidade está identificada e reconhecida tecnicamente, só tivemos de fazer um esforço no sentido de poder facilitar que aconteça”, acrescenta.

Cabe agora à FDIP encetar as diligências para poder instalar a cadeira na Serra da Estrela, onde existe a única estância de esqui em Portugal.

José Manuel Lourenço, presidente do Comité Paralímpico de Portugal, congratula-se por ser dado mais um passo no sentido da inclusão.

“A FDIP tem mostrado que incluir é muito mais do que juntar”, sublinhou, durante a gala da federação.

Nuno Marques, conhecido no meio por Mancha, é o selecionador nacional de snowboard, mas é também instrutor de esqui e acompanhou recentemente o primeiro atleta a representar Portugal numa prova internacional de desporto de neve adaptado.

Para Mancha o equipamento para quem tem mobilidade reduzida é uma carência e mostra-se satisfeito por “abrir as portas” dos desportos de inverno a mais gente.

“Abrimos a porta a pessoas que nunca tiveram a possibilidade de praticar desportos de inverno e agora vão ter. É uma carência que nós temos. O projeto Pizza Hut Ski 4 All tem acolhido algumas crianças com limitações e já aconteceu ter de descer com elas ao colo para não estarem a aula toda sentadas numa cadeira de rodas”, frisa, em declarações à agência Lusa.

O equipamento tinha sido prometido em 2016 pelo então presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude, Augusto Baganha, que em resposta ao apelo da FDIP anunciou para “um futuro breve” os recursos necessários.

Em 2013 Pedro Farromba tinha tornado pública a vontade de implementar este projeto, mas a ausência de financiamento adiou a intenção.


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