Guarda recebe exposição da Coleção de Serralves sobre o grupo KWY

O TMG inaugura hoje uma exposição da Coleção de Serralves dedicada ao grupo KWY, responsável “pela abertura da arte portuguesa ao contexto internacional”.

A mostra “Um Realismo Cosmopolita: o grupo KWY na Coleção de Serralves”, com inauguração marcada para hoje as 18h, na galeria de arte do TMG, tem entrada livre e pode ser visitada até ao dia 3 de novembro.

Segundo os promotores, a exposição “parte do espírito cosmopolita e experimental da revista KWY, e apresenta uma seleção de obras e publicações de artista da Coleção de Serralves que integraram o grupo KWY, de artistas portugueses e estrangeiros que colaboraram no projeto editorial KWY, como António Areal, François Dufrêne, Raymond Hains, Bernard Heidsieck, Jorge Martins e Manolo Millares, e de outros projetos editoriais ativos na altura, como a Daily Bul, a Sens Plastique ou a Dé-collage”.

A fonte refere ainda que as obras apresentadas na cidade mais alta do país “correspondem a um período mais lato que o da existência da revista KWY, e dividem-se em quatro momentos distintos”.

Um dos períodos está “ligado à abstração a que os artistas se encontravam filiados em finais da década de 1950”, e outro está “empenhado na exploração visual e sonora de palavras e signos”.

Um terceiro momento é dedicado à colagem, aos objetos e às ações de rua e, finalmente, o último período, demonstra “a renovada vitalidade da pintura figurativa a partir da década de 1960”.

“No seu conjunto, a exposição demonstra como o interesse, simultaneamente entusiasta e crítico, pelas novas configurações do real, pelos objetos e acontecimentos quotidianos, pela sociedade de consumo e pela omnipresença da imagem no espaço público é um sinal de como a arte se pode colocar no centro dos acontecimentos socioculturais do seu tempo”, assinalam os promotores.

A fonte lembra ainda que a partir de finais dos anos de 1950, o grupo KWY “foi responsável pela abertura da arte portuguesa ao contexto internacional e pela franca adesão às novas linguagens figurativas que deram impulso a um dos períodos mais estimulantes da cultura europeia do século XX”.

Constituído pelos artistas portugueses Lourdes Castro, René Bertholo, António Costa Pinheiro, João Vieira, José Escada e Gonçalo Duarte, pelo búlgaro Christo e pelo alemão Jan Voss, o grupo congregou-se em Paris, França, em torno da edição da revista KWY, que foi publicada entre 1958 e 1964.

A exposição “Um Realismo Cosmopolita: o grupo KWY na Coleção de Serralves” pode ser visitada na galeria de arte do TMG de terça-feira a quinta-feira das 16h às 19h e das 21h às 23h, e à sexta-feira e ao sábado no período das 16h às 19h e das 21h às 24h.

A mostra é organizada pelo TMG/Câmara Municipal da Guarda em parceria com a Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, do Porto.

A exposição “Do Tirar Polo Natural – Inquérito ao Retrato Português”, patente no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, que conjuga obras de mais de seis séculos, além de peças individuais de artistas do grupo KWY, também apresenta o seu trabalho do início da década de 1960, sobre os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, com a reprodução dos seus rostos sobre personagens do pioneiro da pintura portuguesa.

A designação KWY foi escolhida com a reunião das três letras que na altura não se encontravam incluídas no alfabeto português.

 

 


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