O docente do Departamento de Física (Faculdade de Ciências da Universidade da Beira Interior), Luís Miguel Caixinha, está a desenvolver um dispositivo que poderá reduzir os riscos associados à operação às cataratas. Trata-se de um dispositivo – Eye Scan and Ultrassound System – que fornecerá ao médico informação rigorosa sobre o problema ocular, diminuindo a probabilidade de se romper a cápsula posterior do cristalino, no contexto da intervenção.
No caso do projeto de investigação cumprir os objetivos e ser usado no quotidiano por oftalmologistas e optometristas, a ferramenta servirá para fornecer dados em tempo real acerca da dureza da catarata e sua localização, com capacidade para determinar o nível adequado de energia de facoemulsificação ou facolaser, minimizando desta forma as complicações cirúrgicas associadas à extração de cataratas densas.
O dispositivo médico será usado também no diagnóstico, possibilitando um diagnóstico sub-clínico da catarata – detetando as primeiras agregações proteicas – bem como a classificação objetiva e localização da catarata no volume do cristalino. Os estudos pré clínicos resultaram numa capacidade de deteção sub-clínica, classificação objetiva e localização de 99.7%.
Luís Miguel Caixinha, que é docente do curso de Optometria e Ciências da Visão e Membro do Centro Clínico e Experimental em Ciências da Visão da UBI, obteve para a investigação deste dispositivo um financiamento de 240 mil euros, da parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e H2020, para os próximos dois anos.
O projeto tem a designação de “Desenvolvimento de um dispositivo médico baseado em ultrassons para caracterização objetiva da catarata e determinação do nível ótimo de energia de facoemulsificação” e será desenvolvido na Universidade de Coimbra e no Centro Cirúrgico de Coimbra.