Escola Internacional de Ensino alternativo abre em Penamacor

Aprendem inglês, português, ciências, matemática, costura, yoga, sempre de uma forma “muito pratica”, acrescenta.

Um novo conceito de escola começou a funcionar em Penamacor. A escola internacional, reconhecida pelo ministério da educação, é um projeto de Zoe Burgess, uma inglesa que decidiu residir em Portugal, com a família, cansada da vida stressante e sem qualidade na Inglaterra.

“Nós mudámos para Portugal porque há muito espaço, é possível falar com as pessoas, tem sol, uma cultura diferente e aqui é melhor para as crianças porque em Inglaterra as pessoas estão sempre ocupadas em ganhar dinheiro”.

Penamacor foi a localidade escolhida para instalar a escola. O facto de existirem mais de meia centena de estrangeiros a residir no concelho, conjuntamente com a comunidade de cerca de 700 que reside nos concelhos vizinhos, não foi alheio à escolha. Zoe Burgess apresentou o projeto à autarquia e durante dois anos trabalharam em conjunto a ideia na procura do reconhecimento por parte do ministério da educação e do local onde iria funcionar a escola. A escolha recaiu no edifício do ex-externato Nossa Sra. do Incenso, adquirido pela autarquia, que após algumas obras de requalificação cedeu o espaço à cooperativa que gere a escola internacional de ensino alternativo, como explica a diretora e mentora do projeto.

“Aqui, ao contrário da educação tradicional em Portugal e na Inglaterra, não testamos as crianças, não fazemos exames porque os professores observam as crianças, com quem têm um bom relacionamento, e sabem o que aprenderam e o que devem aprender a seguir sem ter que os testar. Os pais que enviam para aqui as suas crianças sabem que não há pressão de exames, eles aprendem o que têm que aprender e avançam sem perda de confiança ou autoestima.”

Atualmente são 20 os alunos que frequentam a escola internacional de Penamacor, dos 5 aos 12 anos. Aprendem inglês, português, ciências, matemática, costura, yoga, sempre de uma forma “muito pratica”, acrescenta.

A escola também interage com a comunidade quer através de voluntários que se deslocam à escola para ler ou para ouvir as crianças lerem, quer através de parcerias que que serão estabelecidas com as escolas do concelho.

António Beites tem a expectativa de que este projeto leve “muita gente a Penamacor.”

No edifício do antigo externato, em Penamacor, volta a ouvir-se o bulício das crianças que têm diferentes nacionalidades: inglesa, portuguesa, alemã, francesa, italiana e em breve outras virão “temos famílias interessadas que vieram visitar-nos”, confirma Zoe Burgess.
Carlota é para já a única portuguesa a frequentar a escola, veio de Torres Vedras onde terminou o terceiro ano do primeiro ciclo e aos nove anos mudou para a escola internacional onde descalça, moldava o barro enquanto respondia às perguntas das jornalistas “aqui fazemos atividades que na outra escola não fazíamos, gosto mais desta escola, temos ciência, ioga, biblioteca…” e nem a língua é uma barreira à comunicação “faço gestos ou vou procurar palavras”.


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