“Os sinais são evidentes. O turismo no Douro está a crescer”, afirmou hoje à agência Lusa Raquel Maia, responsável pela Delegação do Douro da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
Num balanço sobre o turismo fluvial no Douro em 2015, a administradora da APDL referiu que, até outubro, passaram pela via navegável cerca de 760 mil passageiros, mais 145 mil do que em todo o ano de 2014 (615 mil).
Falta ainda contabilizar os meses de novembro e dezembro pelo que, segundo Raquel Maia, os valores de 2015 podem “chegar a uma ordem de grandeza a rondar os 900 mil passageiros”.
“Está claro que o rio Douro vai de vento em popa enquanto canal de navegação turística”, sublinhou.
O bom desempenho registou-se em todos os segmentos de negócio ligados ao turismo fluvial, onde existem 38 operadores e 99 embarcações. Em 2010 operavam neste rio 58 embarcações.
Os cruzeiros na mesma albufeira representam 67% da totalidade de passageiros da VND, movimentando cerca de 500 mil pessoas este ano.
Trata-se de viagens com duração variável, de uma hora ou hora e meia, e que se concentram principalmente nas zonas do Porto-Gaia, e depois também, em menor escala, em Entre-os-Rios, Régua, Pinhão, Foz do Sabor e Pocinho.
Na sua maioria são os estrangeiros que mais optam por estas viagens (57%).
Aquele que é considerado o produto mais exportador do rio Douro, o barco hotel, alcançou os 54 mil passageiros. A maior parte dos passageiros que opta por viajar a bordo destas embarcações é proveniente dos Estados Unidos da América (29%), seguindo-se a França (19%) e Alemanha (11%).
Raquel Maia frisou que o Douro está também a contribuir para as exportações porque, salientou, grande parte dos passageiros são estrangeiros.
“Eles vêm cá ver o Douro e o mesmo é dizer que estamos a exportar o Douro”, salientou.
Depois, os cruzeiros de um dia ultrapassaram os 185 mil passageiros, registando um aumento de 25% comparativamente a 2014.
Estes barcos navegam principalmente nos trajetos Porto-Régua-Porto, Régua-Pinhão-Régua e Régua-Barca d’Alva-Régua e a esmagadora maioria dos seus passageiros é portuguesa (93%).
Raquel Maia destacou ainda o aumento da navegação de recreio, com muitos a optarem por alugar embarcações sem tripulação para viajarem livremente pelo rio.
As perspetivas apontam para um aumento do número de turistas no Douro nos próximos anos até porque se prevê a entrada em funcionamento de mais quatro navios hotéis entre 2016/17. Atualmente operam 14 barcos deste género no rio, fazendo viagens de uma semana.
Mas o Douro não é só turismo e a administradora salientou a intenção de aumentar, também, a navegação comercial.
“A APDL olha também para o canal do rio Douro como um elemento de exportação de mercadorias”, frisou.
As mercadorias transportadas até outubro ascenderam às 30 mil toneladas de granito, com um movimento de 18 navios, apresentando um crescimento ligeiro face ao total do ano anterior mas com um valor muito inferior ao registado em 2009 (100 mil toneladas).
Existem três cais comerciais nesta via, Várzea, Sardoura e Lamego, que está inativo.
Para ajudar a incrementar este segmento, vai ser pedido à Faculdade de Economia do Porto, em parceria com a de Engenharia, para estudar que outras cargas podem ser transportadas pelo rio Douro e onde é que ela está.
A Via Navegável do Douro foi inaugurada em toda a sua extensão em 1990. São 210 quilómetros desde Barca d’Alva até ao Porto.