“Esta é mais uma ferramenta para trabalhar a inclusão social de crianças, jovens e famílias, de uma forma mais participada, mais dinâmica e mais criativa, desde logo porque serão os jovens em situação de exclusão que vão assegurar o funcionamento da Mercearia Comunitas, o que também lhes proporcionará aquisição de competências, por exemplo, para uma melhor integração no mercado de trabalho”, especificou a coordenadora do projeto, Virgínia Batista.
Esta responsável ressalvou que o projeto também pretende combater a ideia da caridade, apostando num meio mais criativo de valorizar o que cada um tem: “As pessoas podem chegar e fazer uma espécie de troca direta, ou seja, deixam o produto que têm ou serviço que disponibilizam e em troca recebem o valor em ‘comunitas’ [nome da moeda a utilizar], que depois poderão trocar por outros produtos ou serviços”.
A nova mercearia, que ficará sediada numa das lojas da antiga praça do Fundão (entretanto transformada numa incubadora de empresas), não é dirigida apenas a pessoas em situação social mais precária e será aberta a toda a comunidade, mesmo àqueles não tenham nenhum produto ou serviço para trocar.
“Nesse caso, ‘comunitas’ poderá ser adquirida e terá o valor equivalente a um euro”, explicou.
Segundo referiu, nesta fase inicial a mercearia já conta com uma rede de parceiros, entre os quais entidades públicas – como a Câmara Municipal do Fundão, que disponibilizou o espaço – e privados, designadamente produtores agrícolas locais, que também encontram neste projeto uma forma de escoar os excedentes de produção.
Juntam-se-lhe ainda, por exemplo, uma charcutaria, uma cabeleireira e até serviços de estética, entre outros, sendo que o objetivo é o de “alargar a rede e ter o maior número de produtos possível”.
Esta iniciativa da Mercearia Comunitas integra o projeto Matiz, que é financiado pelo programa nacional “Escolhas”, que neste concelho do distrito de Castelo Branco é promovido pelo CACFF – Centro Assistencial, Cultural e Formativo do Fundão.